Criança de 2 anos é queimada por caravela-portuguesa em praia de SP

Segundo a família, menino sentiu uma dor muito forte no momento em que teve contato com a espécie. Mãe jogou a caravela para longe no momento em que viu. Caso ocorreu em Praia Grande. Perna da criança ficou queimada após contato com caravela-portuguesa
Arquivo Pessoal
Uma criança de 2 anos foi queimada na perna por uma caravela-portuguesa, enquanto aproveitava o dia de sol com os pais e o irmão no mar em Praia Grande, no litoral de São Paulo, na tarde de segunda-feira (4). Conforme apurado pelo g1, pouco depois do incidente, a família foi orientada por salva-vidas a passar vinagre no ferimento, para parar a queimação.
A caravela-portuguesa (Physalia physalis), ou barco-de-guerra-português, vive nas águas de todas as regiões tropicais dos oceanos. Ela possui tentáculos cheios de células urticantes. Apesar de parecer um animal, é, na realidade, uma colônia composta por muitos animais inter-relacionados (pólipos).
Theo de Albuquerque estava com os pais e o irmão mais velho na praia do bairro Guilhermina, próximo à faixa de areia, ainda na parte rasa do mar, quando o incidente aconteceu. “Vimos uma espécie de saquinho azul vindo em nossa direção”, explica o irmão, Pedro de Albuquerque. Pouco depois, o animal encostou na criança, sem que os pais tivessem tempo de tirá-la de perto.
“Ele começou a gritar de dor, de uma forma desesperadora”, conta o estudante. No impulso de tirar a caravela de perto da criança, a mãe deles a pegou e arremessou para longe. “Quando fez isso, sentiu uma queimação muito forte nos dedos, de imediato”, afirma. A família foi em busca dos salva-vidas, que indicaram jogar vinagre na queimadura, e foi a substância que aliviou a dor naquele momento.
Pedro explica que, apesar da dor, a mãe não ficou com queimaduras nas mãos, mas Theo ficou com a perna bem vermelha. “Ele ficou o resto do dia com muita dor na perna, mas graças a Deus, hoje amanheceu melhor”, finaliza.
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Rafael Mesquita
Cuidados
De acordo com o biólogo Éric Comin, o surgimento da espécie nesta época do ano é comum, e ocorre devido a uma correnteza marítima, um fenômeno de massa de água chamado Água Central do Atlântico Sul (ACAS). Essa água é rica em nutrientes e vem para a região no período de primavera e verão.
Comin esclarece que a caravela-portuguesa oferece grande risco, pois pode causar queimaduras de até 3º grau, devido aos seus tentáculos, que liberam uma substância extremamente urticante. A queimadura pode até causar uma parada cardiorrespiratória, conforme explica.
“Um risco muito grande está diretamente relacionado a um animal desse bater na região torácica, principalmente de crianças, pode ocorrer uma parada cardiorrespiratória”, afirma. O biólogo alerta que, caso queimado, o banhista não deve tocar no local afetado, pois a toxina se espalha para onde a pessoa levar a mão.
O especialista ainda destaca que o melhor é evitar jogar água no ferimento, ou mesmo esfregar a mão com areia, e se possível, aplicar vinagre na região afetada, até conseguir um atendimento médico adequado.
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