Bebê arranca aparelho após cirurgia e recuperação surpreende a mãe: ‘ela mesma tirou’

Menina já consegue realizar atividades que, até então, não eram possíveis. Mãe relata momentos ‘mágicos’ vividos com a filha, mesmo ainda no hospital, em Santos (SP). Ainda sem conseguir deixar hospital, bebê se recupera de cirurgia em Santos, SP
Arquivo Pessoal
O bebê de oito meses que aguardava uma cirurgia em Santos, no litoral de São Paulo, conseguiu passar pelo procedimento após esperar cerca de quatro meses. Por ter nascido com uma cardiopatia desenvolvida durante a gestação, Mariana Mell Amaral Santos Demésio, que também possui uma síndrome rara, não conseguiu sair do hospital desde seu nascimento.
Ao g1, a mãe da menina, Solange Amaral Santos, contou nesta sexta-feira (4) que a cirurgia durou cerca de cinco horas, e foi realizada no Hospital das Clínicas José Alencar, em São Bernardo do Campo (SP). Com o sucesso da operação, Solange, que sempre acreditou no potencial da filha em vencer a doença, diz que a recuperação está ocorrendo de forma rápida e surpreendente.
“Ela, milagrosamente, começou a respirar sem aparelhos. Em uma semana, ela já estava respirando ar ambiente. Ela mesma arrancou o aparelho que estava conectado”, revela.
A mãe já conseguiu realizar atividades que, antes, não eram possíveis, por conta da condição em que o bebê se encontrava.
“Foi muito mágico o primeiro banho que dei nela sem fios grudados. Dei uma volta com ela no quarto, fui até a janela e lhe mostrei o sol pela primeira vez. Ela é força. Me traz uma paz e uma calmaria ao meu coração”, diz.
A menina recebeu o diagnóstico de Comunicação Interventricular Ampla (CIV) na 22ª semana de gestação. A cardiopatia congênita, ou seja, que a acompanha desde o nascimento, é caracterizada por uma abertura na parede que divide os ventrículos, partes do coração que bombeiam o sangue.
Bebê possui Síndrome de Edward e uma cardiopatia congênita, e aguardava encaminhamento para cirurgia em Santos, SP
Arquivo Pessoal
Mariana também é portadora da Síndrome de Edwards, doença rara que provoca atrasos graves no desenvolvimento. De acordo com Solange, a equipe médica que acompanhava a gestação chegou a dizer que a criança poderia morrer a qualquer momento, ainda no útero. “Ela já tinha surpreendido toda a equipe”, diz.
Desde o nascimento, em maio do ano passado, ela saiu do Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, apenas para passar pela cirurgia. A família mora em Praia Grande, também no litoral de São Paulo. Até o momento, Mariana não conheceu a maioria dos parentes, e recebeu apenas visitas da irmã de Solange, que esteve com o bebê nesta semana, da avó e do pai.
Com a cirurgia realizada, Mariana agora luta para ganhar peso e, enfim, receber alta do hospital e conhecer a casa da família. “Só quero tirá-la logo daqui, para ela não pegar uma bactéria. Mesmo com todos os ‘nãos’ dos médicos, eu sempre tive essa certeza [de que ela iria se recuperar]. Ela é espertinha e merece. Por isso, não meço esforços por ela. Vou sair daqui com ela nos meus braços, como prometi”, conclui a mãe.
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