Litoral

Jogador de futebol infarta e morre aos 20 anos após ouvir áudio no WhatsApp


Atleta de Guarujá (SP) não sabia que possuía problema no coração. Jogador teve passagens por vários times no litoral de São Paulo
Arquivo Pessoal
Um jogador de futebol morador do bairro Perequê, em Guarujá, no litoral de São Paulo, morreu após infartar aos 20 anos. Dérek Jovane Silva Xavier havia descoberto há poucos meses que seria pai, e atualmente defendia a seleção de futebol de Guarujá. Nesta quinta-feira (17), o g1 conversou com familiares e com a namorada de Dérek.
Eles explicam que o atleta não sabia que possuía um problema no coração. Ao ouvir uma mensagem de voz, no último domingo (13), Dérek ficou nervoso e infartou. Ele chegou a ser socorrido, recebeu massagens cardíacas durante mais de uma hora, além de choques com desfibrilador e uma injeção de adrenalina. Ainda assim, o jovem, considerado saudável, não resistiu.
Segundo a família, Dérek tinha tinha um problema no ventrículo esquerdo que, até então, permanecia desconhecido. Por conta da profissão, realizava exames com frequência, porém, nunca detectou o problema. Ainda de acordo com a família, ele já havia perdido um avô e uma avó por infarto.
Companheira do atacante, a estudante Josiane Cristina de Souza Portela, de 17 anos, mantinha o relacionamento com o jogador havia cinco anos. Ela terá o bebê de Dérek em julho.
Dérek Jovane Silva Xavier havia descoberto que seria pai, e atualmente jogava em Guarujá, SP
Arquivo Pessoal
‘Será difícil’
“Eu estava muito preparada para ser mãe e ter esse filho. Eu sou rodeada de crianças, e tenho o sonho de ser mãe. Queria realizar esse sonho com o amor da minha vida. Garanto que será difícil”, desabafa Josiane.
O relacionamento do casal começou após a estudante conhecer Dérek em uma partida de futebol na praia. “Ele era engraçado, extrovertido, intenso. Não tenho dúvidas do amor dele. Estávamos planejando o casamento”, afirma. Na próxima segunda-feira (21), a família receberá os exames para saber o sexo do bebê.
Pai do jovem, o segurança Jovino Pereira Xavier, de 45 anos, lembra que o filho era apaixonado por futebol, e praticava o esporte profissionalmente desde os 15 anos. Com passagens pela Portuguesa Santista e pelo Jabaquara, Dérek atuava, também, em alguns times de várzea de Guarujá.
“Somos são-paulinos, temos fotos no Morumbi. Ele recebia propostas de empresário. Em 2019, teve um convite para jogar nos Emirados Árabes, estava tudo certo, mas a pandemia acabou adiando. Ele era muito promissor”, diz.
A mãe do jogador, a assessora parlamentar de 43 anos Tatiane dos Santos Silva Xavier, lembrará do filho como um “menino com o coração enorme, calmo, educado”. “Ele nunca me respondeu na vida, era muito obediente e crente em Deus. Com os amigos, era muito brincalhão. Sempre falava piadas, e só tinha momentos de alegria”, recorda.
Orgulhosa do filho, Tatiane lembra que Dérek era um jovem que “tiraria a roupa do corpo para dar para uma pessoa que precisasse. Não se importava se era roupa nova. Já deu até chuteira para os colegas”, lembra.
Jogador de Guarujá tinha ‘coração bom’ e era promessa do esporte, afirmam familiares
Arquivo Pessoal
“Ele era muito apegado a mim. Tínhamos uma ligação muito forte. Desde a gravidez, que foi de risco. Quase morri no parto. Ele escutou uma pessoa falando de mim no WhatsApp e ficou nervoso. Ele dizia que eu era a pessoa mais importante para ele. Ele morreu me defendendo, da mesma maneira que eu faria por ele”, desabafa Tatiane.
Em uma rede social, a Secretaria de Esporte e Lazer (Sel) de Guarujá comunicou o falecimento do atleta, “um dos melhores jogadores de futebol da categoria sub-20 da Sel”, diz a nota. “O jovem era muito querido por todos”, termina o texto.
Apelo
A mãe do jovem faz um apelo para outros atletas. “Às vezes, as coisas acontecem para alertar para outras pessoas. Os atletas precisam fazer exames sempre, mesmo que não sintam nada. O Dérek não sentia, não tinha nada. Mas, insistam com o médico, mesmo que ele fale que não precisa. Não quero desejar isso que estou sentido para nenhuma mãe. É muito difícil perder um menino de 20 anos, cheio de sonhos, por um problema que poderia ter sido descoberto”, finaliza.
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