Litoral

Após pagamento de salário, funcionários de ônibus municipais de São Vicente seguem em greve



Benefícios do mesmo período não foram pagos, motivo que fez com que a categoria continuasse em greve. Trabalhadores operam com frota reduzida, conforme determinação judicial, que os obriga a ter 50% dos ônibus em circulação durante o dia e 70% em horários de pico. Funcionários da Otrantur realizaram assembleia, na manhã desta sexta-feira (4), e decidiram manter a greve em São Vicente
Sindrod/Divulgação
Os motoristas do transporte público de São Vicente, no litoral de São Paulo, seguem em greve pelo 4º dia consecutivo. Na noite de quinta-feira (3), a Otrantur efetuou o pagamento do salário atrasado de fevereiro, mas os benefícios do mesmo período não foram pagos, motivo que fez com que a categoria continuasse em greve. A paralisação do serviço começou na última terça-feira (1º).
Ao g1, nesta sexta-feira (4), o diretor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Santos e Região (Sindrod), Valter Gomes da Silva, conhecido como Mineiro, afirmou que o Sindicato foi notificado, por volta das 20h de quinta, sobre o pagamento do salário.
Segundo ele, na notificação, a empresa afirmou que pagaria a cesta básica nesta sexta. A Otrantur também prometeu pagar o vale-refeição entre segunda e quarta-feira da semana que vem com a condição que os funcionários ficassem em estado de greve até quarta.
Na manhã desta sexta, uma assembleia foi realizada na empresa e a categoria recusou a proposta feita pela Otrantur. Os trabalhadores optaram por continuar com a greve, operando com apenas 50% da frota durante o dia e 70% nos horários de pico, cumprindo a liminar. “A decisão é encerrar a greve quando a empresa terminar de pagar todos os benefícios”, disse Mineiro.
Funcionários da Otrantur seguem com paralisação pelo quarto dia seguido
Fiscalizações
Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, o prefeito de São Vicente, Kayo Amado (PODE), afirma que, infelizmente, a empresa já demonstrou muitas dificuldades para conseguir se organizar e prestar um serviço bom desde o início do contrato, firmado em 2019.
Amado ressalta que a prefeitura forneceu um subsídio durante 9 meses no valor de R$ 300 mil no ano passado e que neste ano um novo subsídio, novamente aprovado na Câmara Municipal, foi fornecido no valor de R$ 400 mil por 11 meses. “Com qual objetivo? Que a tarifa não fosse aumentada e que nossos cidadãos não fossem prejudicados com esse tipo de situação”.
“A prefeitura fez sua parte, a gente repassa valores que ajudam a pagar a folha só que, infelizmente, a empresa não consegue caminhar com as próprias pernas e a gente vai ter que entrar com os termos para tomar uma decisão”, disse.
O prefeito ainda falou que tem conhecimento que a pandemia afetou de forma geral a circulação de pessoas, o que causou um cenário difícil com queda de viagens. Porém, segundo ele, não dá para aceitar a redução da frota. “A gente está intensificando as fiscalizações. Ontem [quinta] a gente oficiou a empresa para que pagassem em 24h os trabalhadores, ainda faltam os benefícios”.
Greve
O serviço foi paralisado parcialmente em 10 de janeiro quando os motoristas se recusaram a sair da garagem no início da manhã. No entanto, o trabalho foi retomado após a promessa da empresa de cumprir com as reinvindicações dos trabalhadores.
Já no dia 19, os motoristas e funcionários da empresa iniciaram uma paralisação parcial por conta de salários e benefícios atrasados desde dezembro. Por determinação judicial, 60% dos ônibus circularam durante o dia, e 100% nos horários de pico sob pena de multa.
Em uma audiência realizada em 21 de janeiro, representantes da empresa, da prefeitura e do sindicato definiram que as partes deveriam se reunir para discussão e elaboração do pagamento dos benefícios e salários atrasados. Além disso, foi decidido, também, que o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Santos e Região (Sindrod) ficasse em estado de greve até 31 de janeiro. Em caso de descumprimento de todos os pontos apresentados para resolver a situação dos motoristas, o sindicato podia requerer esses direitos após a data limite determinada.
Na data, a Otrantur confirmou ao g1 a suspensão da greve, e que o estado de greve permaneceria, podendo ser deflagrada a qualquer momento, caso a empresa não cumprisse com os pagamentos até 31 de janeiro. Como o pagamento não foi realizado, a paralisação dos motoristas foi retomada em 1º de fevereiro.
Os motoristas suspenderam a greve após o pagamento do salário e benefícios que estavam atrasados em 9 de fevereiro. O pagamento foi realizado após o prefeito Kayo Amado (PODE) sancionar uma lei para o subsídio de R$ 400 mil por mês, durante 11 meses, para que a Otrantur realize o pagamento dos funcionários.
Ônibus saindo da garagem da Otrantur para atender à determinação judicial durante greve
Carlos Abelha/g1
Posicionamentos
Em nota, a Otrantur Transporte e Turismo, concessionária do Transporte Urbano de São Vicente, informou que o pagamento dos salários dos funcionários foi feito na quinta-feira, contemplando a totalidade da folha de pagamento da empresa, e que o vale-alimentação e a cesta básica serão acertados em, no máximo, 5 dias.
A empresa salientou , ainda, que está fazendo todos os esforços para normalizar a situação do transporte urbano em São Vicente.
Já a prefeitura de São Vicente, por meio da secretaria de Defesa e Ordem Social (Sedos), informou que, de acordo com a empresa, a folha salarial foi paga e, ainda nesta sexta-feira (4), a cesta básica também será quitada. Ainda, segundo a empresa, a mesma está se programando para o pagamento do vale-refeição entre esta sexta e segunda-feira (7).
A administração municipal disse que fez a sua parte, dentro do que era possível, e segue acompanhando e cobrando a empresa para que solucione a questão o mais breve possível para que os usuários do transporte coletivo não continuem a ser prejudicados.
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