Litoral

Mulher sangra há 5 meses por conta de problema com DIU e luta por remoção em SP


Com sangramentos desde outubro de 2021, Elaine Souza dos Santos já perdeu cinco quilos desde então. Mulher aguarda há cinco meses para procedimento de retirada de contraceptivo enquanto sangra diariamente no litoral de SP: ‘Tem mais de 400 mulheres nessa fila de espera’
Arquivo Pessoal
Uma moradora de Praia Grande, no litoral de São Paulo, sofre com sangramentos diariamente enquanto aguarda há cinco meses na fila para a retirada do DIU, dispositivo contraceptivo inserido no útero, que se encontra fora do lugar. Segundo ela, o aparelho foi colocado em julho do ano passado e, desde outubro, lida com a crescente perda de sangue que já a fez emagrecer 5 kg.
Ao g1, a atendente de lanchonete, Eliane Souza dos Santos, de 24 anos, contou que colocou o contraceptivo DIU após o parto de sua filha, em 31 de julho. “Foi por indicação da médica, que disse que não tinha problema nenhum e que seria até bom para mim”. A jovem conta que logo que lhe foi colocado o dispositivo, começou a sentir dores e um desconforto que não pararam desde então.
Eliane passou por consultas pós-gravidez e pediu para que a médica solicitasse uma ultrassom para verificar o estado do DIU. “Fiz o exame e mostrou que ele estava fora do lugar. Outra médica no posto até tentou tirar. Porém, só com o toque, ela não conseguiu achar o DIU e disse que provavelmente o fio estava dentro do útero”, conta.
Mulher aguarda há cinco meses para procedimento de retirada de contraceptivo enquanto sangra diariamente no litoral de SP: ‘Tem mais de 400 mulheres nessa fila de espera’
Fabiana Figueiredo/G1
Após essa consulta na Unidade de Saúde da Família (Usafa) Guaramar para avaliar o ultrassom, ela entrou em uma fila de espera para realizar o procedimento de retirada do dispositivo, mas ainda não teve qualquer retorno. “Na ouvidoria falaram que eu teria que esperar minha vez, porque são mais de 400 mulheres aguardando.”
Com a demora, Eliane voltou a passar em atendimento médico para reclamar dos sangramentos que ocorriam frequentemente. “Só me passaram um remédio para parar o sangramento. Porém custa mais de R$ 60, é muito caro e não consegui comprar. Pra mim esse preço fica pesado, porque minha filha o pai não assumiu, somos só nós duas”.
Desde o dia 4 de fevereiro ela não passa em consulta, mesmo que tenha que apresentar exames de sangue que apontam uma possível anemia, que até o momento a fez perder cerca de 5 kg. “Me falaram que se eu quisesse poderia esperar o médico da Usafa, porém me disseram que ele está de férias e só voltará em meados de abril ou maio”.
“Sangro todos os dias desde outubro e preciso usar absorvente, que troco a cada vez que vou tomar banho, além das dores fortes”. Segundo ela, nos últimos dias, o sangramento tem diminuído, porém ela teme ficar sem utilizar o absorvente. “Tem momentos em que tenho uma dor muito forte na barriga e o sangue escorre”.
Secretaria de Saúde
Em nota, a Secretaria de Saúde Pública de Praia Grande (Sesap) informa que a paciente citada passou por atendimento no dia 4 de março, onde foi avaliado o caso e verificado que não havia necessidade de urgência na retirada do DIU.
A pasta afirma que, ainda assim, no dia 8 de março a paciente entrou no sistema de regulação e atualmente encontra-se na posição 40 para a realização do procedimento. A Sesap informa ainda que está programado para a próxima segunda-feira (14) um novo contato da equipe com a moradora para reagendar nova consulta na Usafa, onde será reavaliado o caso.
De acordo com a Sesap, uma vez que seja verificada urgência na retirada do DIU desta vez, as equipes emitirão o pedido de prioridade do procedimento.
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