Litoral

Amigos criam aplicativo que promete acabar com o desperdício de comida em SP


Jovens da Baixada Santista adaptaram a ideia de app europeu para o Brasil, para diminuir os impactos ambientais causados pelo desperdício de alimentos. Amigos criam aplicativo para evitar o desperdício de comida no litoral de SP
Arquivo Pessoal
Dois santistas criaram uma plataforma que ajuda restaurantes a evitarem o desperdício de comida, por meio de um aplicativo de entrega de comidas que seriam descartadas. O app passou a funcionar em toda a região da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, no último sábado (12).
O projeto se chama ‘Cheap Food’, e tem o objetivo de evitar o desperdício de comida. O cliente escolhe a categoria do restaurante e tem acesso a uma sacola de comida chamada ‘cheap box’, que vem com produtos que estavam prestes a vencer ou que não foram vendidos no dia, de estabelecimentos que aderiram à plataforma.
Ao g1, um dos fundadores da startup, Caio Ribeiro, de 28 anos, explicou que a plataforma interliga o cliente que quer pagar pouco a restaurantes e estabelecimentos comerciais que fariam o descarte dos alimentos. “Pelo app, o cliente consegue ter acesso ao cardápio do restaurante e à sacola surpresa. Dentro dela, vem alimentos que são considerados excedentes diários, ou que estejam próximos à data de validade”.
Segundo o empresário, o excedente diário inclui alimentos feitos para serem vendidos no dia, mas que, por algum motivo, acabaram não sendo vendidos. “O estabelecimento tem a opção de levar esse produto para casa, dar para o funcionário ou descartar, mas geralmente a comida vai para o lixo”.
Caio ainda explica que o cliente tem a opção de comprar no “modo aleatório”, onde o próprio aplicativo escolhe o que você vai comer. “Também tem uma aba, no perfil do usuário, que tem um cálculo que te ajuda a ver o quanto você ajudou a reduzir em quilos de comida e em dióxido de carbono a poluição no meio ambiente”, diz.
“A gente busca conscientizar a população sobre a questão do consumo, e de como se alimentam. Estamos iniciando um projeto para ajudar a reduzir o desperdício dentro de casa, então, logo virão novidades”, conta.
Santistas criam aplicativo para evitar desperdício de comida no litoral de SP
Reprodução
O outro fundador da startup, e quem teve a ideia do projeto, Carlos Keiichi, de 27 anos, conta que tudo começou quando ele se deparou com o ‘Too Good to Go’, uma plataforma que também busca evitar o desperdício de comida, e que fazia sucesso na Europa. “Eu estava em um site de startups que faziam sucesso na Europa, porque sempre fui fascinado por essa área. Quando vi essa plataforma, fiquei imerso e pensei: ‘por que não levar isso para o Brasil?’. Lá na Europa, o pessoal preza muito pela parte sustentável”, lembra.
“Começamos a criar algo parecido, mas que tivesse mais relação com o Brasil. Queríamos adaptar à cultura brasileira, de uma forma didática, e que pudesse trazer benefícios para o parceiro, cliente e meio ambiente”.
Keiichi, então, chamou um amigo que já atuava no ramo de gastronomia, e que conheceu durante a graduação de Engenharia do Petróleo, que cursaram em uma universidade da região, para fazer parte do projeto.
“Já vivenciávamos essa ideia de evitar o desperdício. Eu, inclusive, já trabalhei com gastronomia. Nós dois já vivemos isso, mas não sabíamos o impacto que causava. O descarte feito pelos estabelecimentos, muitas vezes, é indevido também. Isso causa problemas para o solo, na emissão de CO2”, conta Caio Ribeiro.
Carlos Keiichi ainda afirma que, para convencer os investidores, foi preciso, primeiramente, falar da questão econômica e financeira, e depois partir para a parte sustentável do projeto. “O app também traz um impacto social, já que ele dá acesso a um produto que as pessoas muitas vezes não têm condições de comprar”.
Segundo os empresários, com esse método de negócio, é possível fazer um preço bom para o cliente. “Além disso, também ajudamos os estabelecimentos com retorno de capital financeiro, que eles perderiam se descartassem os produtos”, diz Caio Ribeiro.
O projeto foi primeiramente testado em São Paulo, onde fez sucesso. No primeiro mês, eles venderam 400 sacolas e conseguiram dinheiro para expandir o negócio. “Esse ano, conseguimos trazer o projeto para Santos, nossa cidade natal, e agora vamos iniciar nosso trabalho para impactar vidas aqui também”, afirma.
Segundo o empresário, a expectativa para a Baixada Santista é de levar um novo conceito de alimentação para a população. “Queremos mostrar que a população pode ser parte desse cuidado com o meio ambiente”, afirma. Segundo balanço feito pelos fundadores, já foram realizadas mais de 100 vendas neste fim de semana de estreia.
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