Embaixador da Nicarágua na OEA se revolta e denuncia o próprio governo

‘Denunciar a ditadura do meu país não é fácil, mas continuar em silencia e defender o indefensável é impossível’ disse o embaixador Arturo McFields. Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, em foto no dia da Independência do país
Presidência da Nicarágua/Cesar Perez/Handout via Reuters
O embaixador da Nicarágua na Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o governo e o presidente do próprio país, Daniel Ortega, nesta quarta-feira (23). Ele afirmou que há repressão à oposição política, abusos de direitos humanos e não há liberdade de expressão.
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O embaixador Arturo McFields fez as afirmações em um vídeo que ele mesmo publicou em uma rede social.
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Ele disse que falava em nome de prisioneiros políticos e de mais de 300 pessoas que morreram no país desde o começo dos protestos contra Ortega, em 2018.
“Denunciar a ditadura do meu país não é fácil, mas continuar em silencia e defender o indefensável é impossível” disse ele.
Ele ainda citou o fechamento de organizações não governamentais e a censura à imprensa.
McFields era um jornalista de TV antes de se tornar embaixador na OEA, em novembro do ano passado.
Ele afirmou que abandonou o posto.
O governo respondeu dizendo que os oponentes de Ortega tentam tirá-lo do poder com o apoio de forças estrangeiras e que as declarações de McFields não são válidas.
Opositora presa
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Cristiana, de 68 anos, seguirá sob prisão domiciliar, regime no qual se encontra desde junho, informou o independente Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh), que acompanha os processos contra opositores detidos. Ela foi condenada por crimes como lavagem de direito e apropriação indevida.
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