Litoral

Corpo de brasileira que morreu há quatro dias em cruzeiro no Alasca deve demorar até duas semanas para ser enviado ao Brasil


Advogados explicam os procedimentos necessários para liberar o corpo, e por que a liberação pode demorar dias. Diana Wierdak nasceu em São Vicente, no litoral de São Paulo, e faleceu no Alasca, nos Estados Unidos
Arquivo Pessoal
Quatro dias após a morte da brasileira Diana Wierdak, que sofreu uma hemorragia a bordo do navio Norwegian, enquanto navegava pelo estado americano do Alasca, ainda não há confirmação de quando o corpo será liberado para o translado ao Brasil. Diana nasceu em São Vicente, no litoral de São Paulo, e estava em alto mar a trabalho.
Diana tinha 33 anos e atuava em um navio de passageiros como assistente de garçons. Segundo informações obtidas pelo g1, ela estava a bordo desde o dia 8 de abril, e faleceu na última quarta-feira (27).
Jennifer Wierdak, irmã de Diana, contou ao g1 que, até o momento, não há informações de quando o corpo será enviado ao Brasil. “Ainda estão investigando o que aconteceu para ter ocorrido a hemorragia. Não temos data de quando vai ser liberado”, disse.
Brasileira de 33 anos trabalhava em um navio de passageiros como assistente de garçons
Arquivo Pessoal
Um amigo da família, Cesar Sanchez, explicou à reportagem que o processo de liberação pode durar alguns dias. “Estão aguardando o resultado da autópsia. O corpo pode demorar até duas semanas para voltar ao Brasil”.
Jennifer também disse ao g1 que a irmã deve ser sepultada no Cemitério de São Vicente, onde também foi enterrado o pai, Tarso Wierdak. O líder da banda Carnal Desire faleceu no dia 6 de setembro de 2019, vítima de uma parada cardiorrespiratória causada por uma complicação da diabetes.
Diana deve ser sepultado no mesmo cemitério que o pai, Tarso Wierdak
Reprodução
O que deve ser feito quando um familiar morre em outro país?
O advogado Thyago Garcia explicou ao g1 que, juridicamente, a primeira coisa que deve ser feita quando um parente morre fora do Brasil é registrar o óbito no consulado brasileiro. “A Divisão de Assistência Consular [DAC] prestará à família todo o auxílio necessário para a liberação, necropsia e translado do corpo. O consulado, caso haja necessidade, ainda acompanha as investigações da polícia”, esclarece.
Sobre a demora para a liberação do corpo, Garcia afirma que pode variar, de acordo com cada país e situação. Segundo ele, no Brasil, o Instituto Médico Legal (IML) costuma liberar o corpo em poucos dias, porém, no exterior, esse prazo é indefinido, podendo demorar semanas.
“O prazo para liberação, necropsia e translado do corpo varia a cada caso, podendo, inclusive, haver demora no caso de morte suspeita. Isso se deve ao fato de que cada país possui regramentos próprios com relação aos procedimentos a serem adotados”, diz.
Brasileira estava embarcada desde o dia 8 de abril
Arquivo Pessoal
O advogado Matheus Tamada acrescenta que, além da liberação do corpo, existe outra etapa que, para ele, pode ser a mais complicada: o translado. “O transporte do falecido deve ser aprovado previamente pela administração do aeroporto de embarque, e depois é supervisionado pela Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, Divisão de Saúde de Portos, Aeroportos e Fronteiras do Brasil”, explica.
“O governo não arca com as despesas do transporte. Caso a família não tenha condições financeiras de arcar com as despesas, o sepultamento acontecerá no país estrangeiro, sob a legislação local”, acrescenta Tamada.
Procedimentos no Alasca
Segundo o advogado Adolpho Paiva, no Alasca, uma morte deve ser registrada no cartório local em até três dias. “O corpo não pode ser enterrado ou cremado até que a certidão de óbito seja arquivada. A funerária responsável pelos restos mortais da pessoa falecida preparará e arquivará a certidão de óbito”, esclarece.
O médico responsável pelos cuidados da pessoa falecida, em caso de doença, deve preencher a certificação médica na certidão de óbito em até 24 horas após a morte. “Toda a documentação deverá ser traduzida para o português. Assim que realizada, são emitidas sete vias originais, que acompanharão o corpo e deverão ser entregues durante o processo do transporte”.
Paiva ainda explicou ao g1 que, assim que o corpo é liberado pelo Judiciário, a família deve providenciar as passagens aéreas e a urna internacional. “Com o corpo embalsamado e já dentro do caixão, é exigida uma embalagem internacional para acondicioná-lo, de maneira que garanta que o corpo chegue da melhor forma possível ao país de destino”.
Até o momento, não há confirmação de quando o corpo de Diana será liberado
Arquivo Pessoal
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos

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