Idosa implora por ajuda ao filho de 55 anos, que pesa 35kg e luta contra o câncer: ‘começou a definhar’

Pandemia interrompeu o tratamento do paciente de Praia Grande (SP) que, após a remoção total e parcial de órgãos, ficou mais de um ano sem quimioterapia. Fernando Tadeu pesa 35kg aos 55 anos
Arquivo Pessoal
Uma idosa, de 78 anos, moradora de Praia Grande, no litoral de São Paulo, implora por atendimento médico adequado ao filho que, aos 55, pesa 35 quilos e trava uma dura batalha contra um tumor que começou no esôfago e se espalhou [metástase] para outros órgãos. Em 2019, ele passou por procedimento cirúrgico que resultou na remoção de parte do esôfago, do baço e todo o estômago.
Ao g1, Rosa Tereza Ramos conta que a família tem pouca condição financeira para bancar o tratamento do filho Fernando Tadeu Moraes que, segundo ela, já não se movimenta e recebe atendimento médico apenas algumas vezes ao mês, o que ela julga ser insuficiente.
A aposentada explica que o filho foi diagnosticado com câncer no esôfago no segundo semestre de 2019 e, pouco tempo depois, passou por procedimentos cirúrgicos que resultaram na remoção total e parcial de órgãos.
Rosa conta que, após as cirurgias, Fernando ficou mais de um ano sem quimioterapia devido à pandemia. O tratamento contra o câncer só começou no segundo semestre de 2021, quando a doença já havia atingido o pulmão.
Nesse hiato, entre cirurgia e quimioterapia, a mãe explica que o filho “começou a definhar” rapidamente, a perder muito peso. Rosa afirma que, atualmente, ele pesa 35 quilos e não tem mais forças para se mover. Fernando se alimenta apenas do soro caseiro preparado por ela.
“O caso dele não é fácil, e estou consciente disso. Mas ele precisa de um tratamento adequado. Quando ele come dói demais. Sente dores horríveis”, lamenta.
Tratamento
Rosa conta que desde o segundo semestre de 2021 leva o filho a unidades de saúde em Praia Grande, onde é tratado com soro e remédios para dor. Ela conta que os profissionais a orientam a buscar atendimento em outra cidade, mas explica não ter condição financeira e física para transportar Fernando, que já não consegue se locomover sozinho.
O médico oncologista André Perdicaris explicou ao g1 que o estado físico de caquexia [perda de peso marcante e de massa muscular] do paciente se dá por conta da evolução clínica do tumor. O especialista ainda comenta que o tratamento indicado para pacientes nesse estado de saúde são os chamados de paliativos, que suplementam todas as necessidades básicas do paciente.
Quanto à não remoção total do esôfago, o especialista diz que é necessário analisar os exames do paciente para determinar o motivo exato. Entretanto, ele comenta que a gastrectomia [remoção do estômago] pode ter sido feita para utilizar o corpo gástrico para reconstituir o trânsito alimentar.
Família afirma que paciente precisa de tratamento adequado e urgente
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Responsabilidade
Em nota, a Secretaria de Saúde Pública de Praia Grande informou que o caso é acompanhado pela equipe da Unidade de Saúde da Família (Usafa) Ocian, que presta atendimento ao paciente e orientações à família.
A pasta ressaltou que, após uma visita domiciliar, profissionais da Usafa orientaram a família a encaminhar o paciente ao Hospital Irmã Dulce, por meios próprios ou acionando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), para receber um atendimento mais adequado.
A secretaria ainda diz que a família se recusa a levar o paciente, afirmando desejar uma vaga de internação diretamente na Santa Casa de Santos [ao g1, a família negou a informação]. A pasta afirma que permanece à disposição do paciente para colaborar no que for possível.
O Hospital Irmã Dulce disse, em nota, que o paciente será avaliado e receberá tratamento de acordo com seu estado de saúde, assim que procurar a unidade. Disse, ainda, que não cabe ao hospital realizar o transporte, e que o Fernando deve ser avaliado na unidade hospitalar.
A Secretaria de Saúde de São Paulo informou, em nota, que na Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross) não consta nenhuma pendência na regulação estadual em nome do paciente.
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