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Moradores se desdobram para lidar com falta de água que ocorre há dias em Guarujá, SP: ‘privados de coisas básicas’


Prefeitura enviou um ofício à Sabesp exigindo explicações sobre a falta de água na cidade. Moradora de Guarujá reclama de falta d’água há sete dias
Os moradores de Guarujá, no litoral de São Paulo, estão tendo que lidar com a falta de água que atinge alguns bairros da cidade nas últimas semanas. No dia a dia, eles buscam alternativas para lidar com a situação. A prefeitura, ciente do problema, enviou um ofício à Sabesp, nesta segunda-feira (1º), exigindo explicações sobre o desabastecimento no município em até 48 horas.
Ao g1, Fabiana Rondão, de 51 anos, afirmou que a casa da filha dela, localizada no bairro Pae Cará, está sem água desde o início de julho. A moradora vai diariamente à casa da filha dela para cuidar do neto, que estava de férias escolares durante o último mês. “A água não volta em nenhum momento do dia. Minha filha tem que comprar garrafas para beber e cozinhar”.
Fabiana explica que, para tentar ajudar, ela leva as roupas sujas da filha e do neto para lavar na residência dela, no bairro Santo Antônio. “Eu também tenho que trazer os meus netos para a minha casa para dar banho”, ressalta. A moradora diz ainda que tentou ligar diversas vezes no canal da ouvidoria da Sabesp, o 195, porém sempre caía na caixa postal.
Moradores se desdobram para driblar desabastecimento de água que ocorre há dias em Guarujá, SP.
Reprodução
Já a moradora do Jardim São Manoel, Elayne Souza, de 31 anos, afirma que está “sobrevivendo” sem água há sete dias. Segundo ela, na última semana, somente em alguns dias uma torneira que fica localizada na rua da casa dela voltou a funcionar. Porém, as caixas d’água permanecem vazias. “Temos que parar tudo que fazemos para abastecer os baldes”, reclama.
Elayne relata que não consegue cozinhar e sequer tomar banho. “Para alimentação está bem precário. Estamos privados de coisas básicas”. A moradora afirma que já perdeu as contas de quantas vezes ligou para a companhia. Ao todo, foram seis reclamações formais e uma diretamente na ouvidoria.
As explicações que recebe, segundo ela, são variadas. De acordo com a moradora, os funcionários afirmam que o serviço foi restabelecido durante a madrugada e aos poucos chegará até os bairros. Outra justificativa que já deram a ela foi que o problema era decorrente da estiagem e do tempo seco.
Na última quarta-feira (27), a Sabesp informou que faria uma manutenção das 20h até às 5h de quinta-feira (28) no sistema de abastecimento de água da cidade, com o intuito de melhorar a distribuição do recurso. Porém, Elayne ressalta que desde o dia anterior ao início das obras, na terça-feira (26), está com a caixa d’água vazia.
Moradores se desdobram para driblar falta de água que ocorre há dias em Guarujá, SP
Arquivo Pessoal
Sabesp
A Sabesp disse, por meio de nota, que concluirá nesta terça-feira os serviços para reparo de uma tubulação localizada próxima à Rodovia Piaçaguera-Guarujá e que não interferem no tratamento de água para Guarujá.
A Companhia disse que está atenta, acompanhando a situação e fazendo todos os esforços para minimizar a variação na pressão da água em alguns bairros de Guarujá e distrito de Vicente de Carvalho. A Companhia pede que a população faça o uso consciente da água em qualquer época do ano, sobretudo neste momento de inverno atípico com temperaturas elevadas e poucas chuvas.
A Companhia ainda afirmou que caminhões-tanque estão disponíveis para atender emergências e que a cobrança é feita pelo volume de água consumida, sendo assim os moradores pagam pelo consumo no período da fatura.
A Prefeitura de Guarujá enviou um ofício à Sabesp exigindo explicações sobre a falta do recurso na cidade.
Divulgação/ Prefeitura Municipal de Guarujá
Prefeitura
Na última segunda-feira (1º), a Secretaria Municipal de Meio Ambiente enviou um ofício à Sabesp exigindo explicações da Sabesp sobre a falta de abastecimento de água no município em até 48 horas.
A situação também foi discutida com o Ministério Público, com a Agência Reguladora de Serviços Públicos (Arsesp), que fez vistorias nas instalações da companhia, e com o Conselho Ambiental de Guarujá.
Segundo a prefeitura, o ofício cobra um relatório detalhado com informações técnicas sobre a falta de abastecimento e explicações ao Conselho de Saneamento Ambiental de Guarujá.
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