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Jornalistas têm perfis fakes criados em rede social com ‘oferta’ de conteúdo pornográfico e OnlyFans


Aproximadamente sete profissionais da área, que moram no litoral de São Paulo, tiveram contas falsas criadas no Instagram. Jornalistas mulheres, como Isabella Pajon (foto), tiveram contas ‘fakes’ criadas no Instagram
Arquivo pessoal/Redes Sociais
Um grupo de jornalistas mulheres do litoral de São Paulo foi alvo da criação de perfis ‘fakes’ no Instagram. Conforme apurado pelo g1 neste sábado (4), as contas foram montadas com fotos das profissionais expostas em meio à imagens pornográficas de outras pessoas, que tiveram o rosto borrado. As páginas também tinham links para o site OnlyFans, onde conteúdo adulto é comercializado.
A situação aconteceu com aproximadamente sete jornalistas que vivem em cidades da Baixada Santista. Até a última atualização desta reportagem, a maioria dos perfis ‘fakes’ havia sido excluído após denúncias de outros usuários da plataforma. O responsável, porém, ainda não foi identificado.
Ao g1, a jornalista Isabella Pajon, uma das vítimas, relatou que soube da situação pela manhã, após ser avisada por um amigo. Ela afirmou ter sido bloqueada pelo próprio perfil ‘fake’, e passado por momentos “desesperadores” até a exclusão da conta falsa, que só aconteceu após um ‘mutirão’ de denúncias na plataforma.
“No perfil fake tinham fotos minhas, que têm no meu Insta mesmo, que é público. Mas também tinham imagens pornográficas de outras mulheres, sem mostrar o rosto, indicando como se fossem minhas. O perfil falava que não tinha censura e tinha link do OnlyFans”, disse a jornalista, que registrou um Boletim Eletrônico de Ocorrência (BO).
O que dizem os especialistas
Segundo o advogado Thyago Garcia, a criação de um perfil falso nas redes sociais é classificado como o crime de falsa identidade, que tem pena de três meses a um ano de prisão ou multa.
“Além do crime de falsa identidade, aparentemente, o sujeito criador do perfil fake está cometendo o crime de estelionato virtual ao vender fotos de terceiros”, cuja pena, segundo o profissional, é de quatro a oito anos de prisão, e multa. Neste caso, a fraude precisa ser cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido ao erro por qualquer meio fraudulento.
O g1 conversou sobre o caso com o perito-assistente em provas digitais no processo penal, Lorenzo Parodi, que também é presidente da Associação Nacional de Combate a Fraudes (Ancaf). Para ele, manter o perfil privado nas redes sociais é uma das maneiras para evitar problemas do tipo.
“Só os contatos aceitos podem ver o seu material, fotos e informações. Os que não estão entre eles precisam, primeiro, pedir a sua aprovação. Se deixar o perfil público, todos podem ter acesso às suas informações”, explicou Parodi, sobre o que ele considera a principal medida preventiva.
Caso o problema já tenha acontecido, a indicação do profissional é “denunciar o perfil imediatamente [fake]”, assim é ativado um processo de bloqueio e exclusão feito pela própria rede. Além disso, ele indicou o registro de um Boletim de Ocorrência, principalmente, se a conta é utilizada para a aplicação de golpes.
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos

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