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Irmã de homem preso por arrastar menino de 12 anos pela orla da praia diz que ele ‘surtou’ e pensou estar com o filho


Karolina Cunha, de 23 anos, afirmou que o irmão tem esquizofrenia e ‘acabou surtando’. Ele foi preso por sequestro, mas foi transferido para uma unidade de tratamento psiquiátrico. Homem de 35 anos foi preso em flagrante após arrastar uma criança de 12 anos pela orla de Praia Grande
Reprodução
O homem de 35 anos que foi preso em flagrante após ser visto arrastando uma criança de 12 pela faixa de areia em Praia Grande, no litoral de São Paulo, teria confundido o menino com o próprio filho durante um surto psicótico, segundo a irmã dele, Karolina Cunha, de 23 anos. Ela disse, ainda, que suspeito foi diagnosticado com esquizofrenia.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou a transferência do réu para uma unidade de tratamento psiquiátrico.
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O caso aconteceu na manhã de sexta-feira (10) no bairro Maracanã. De acordo com a Polícia Militar (PM), a equipe foi acionada para conter um homem que teria puxado uma criança na orla.
Chegando ao local, os agentes encontraram o homem no chão e imobilizado por populares. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o caso foi registrado como flagrante por sequestro e cárcere privado e ele foi preso.
De acordo com Karolina, que é enfermeira, nos últimos três meses o irmão, que também é enfermeiro, estava tentando voltar à rotina de trabalho após ficar internado por conta da doença mental. De férias, o turista que mora na capital aproveitou os dias de descanso e alugou um apartamento na praia.
“O objetivo era e levar o filho dele, de 8 anos, para a praia, mas como estava voltando às aulas, a mãe da criança achou melhor o menino não ir para não faltar na escola. Acho que ele [o irmão] ficou muito ansioso e acabou surtando”.
“Quando eu vi a imagem do menino [que foi puxado para a faixa de areia], me lembrou muito o meu sobrinho, ainda mais que ele [a vítima] estava com uniforme escolar. Isso deve ter confundido a cabeça do meu irmão”, disse.
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A enfermeira acrescentou que um dia antes deste episódio, na noite de quinta-feira (9), o irmão havia entrado em surto psicótico dentro do apartamento e ‘atrapalhando o sono dos moradores’. Segundo ela, a síndica do edifício chamou a PM e os policiais o levaram para o Pronto-socorro. “Ele saiu do hospital, e foi quando aconteceu o incidente”, pontuou.
Após ser flagrado puxando a criança na praia, o suspeito foi levado ao Centro de Detenção Provisória da cidade (CDP), onde a família conseguiu as primeiras informações sobre ele, um dia depois da prisão.
Homem preso por sequestro após arrastar criança de 12 anos em Praia Grande entrou em surto psicótico um dia antes no apartamento
Arquivo pessoal
“No CDP fomos informados de que ele ainda estava em surto e que tinha dado muito trabalho durante a noite, arrumando briga com outros presos e precisando ficar em um local separado. Mas no CDP não há suporte para separar dos detidos e para o tratamento dele”.
Pedido de transferência
A 2ª Vara Criminal de Praia Grande determinou na quarta-feira (15) que o réu fosse encaminhado para outra unidade. “Sendo fortes os indícios de que o acusado seja portador de doença mental, determino a sua internação provisória […] para que providencie a transferência do custodiado para estabelecimento ou ala adequados à patologia”, decidiu o juiz Antonio Carlos Costa Pessoa Martins.
Questionada sobre a transferência, a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP) afirmou, em nota, que recebeu a determinação judicial na quinta-feira (16) e que o cumprimento da transferência está sendo providenciado. “No momento, o preso em questão está internado na ala psiquiátrica de hospital na Baixada Santista”, acrescentou.
Karolina, porém, afirmou que a família não recebeu informações sobre o local que o irmão está e para onde ele será encaminhado. “Não tivemos contado com ele, não sabemos se ele está machucado. Estamos muito angustiados, sem saber o que fazer. Não sabemos se ele está bem e quais serão os próximos passos”, finalizou.
Defesa
Em nota, o advogado Charles Cabral, que defende o suspeito, disse que ele exerce a atividade de técnico em enfermagem e já foi diagnosticado como portador de esquizofrenia, sensível a surtos psiquiátricos.
Segundo o advogado, desde o ano passado, ele vem sendo internado compulsoriamente em estabelecimentos hospitalares adequados que acompanham a evolução do seu tratamento. Atualmente vem sendo medicado e acompanhado pelo setor de psiquiatria do hospital do servidor público estadual.
No dia dos fatos, o homem estava acometido por um surto psiquiátrico, provavelmente ocasionado pela falta da medicação que necessita tomar diariamente. Ele conseguiu ir para a rua sem um acompanhante de sua família e, por conta do estado de surto, provavelmente confundiu a criança com seu filho, já que tem um filho da mesma idade.
Ainda segundo o advogado, todas as acusações que lhe foram imputadas são totalmente descabidas e serão demonstradas no decorrer do processo. Cabral informou que protocolou o pedido de liberdade provisória.
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