Número de mortes em colisão de trens na Grécia sobe para 43, e gregos protestam

Cidadãos fazem manifestações contra o precário sistema ferroviário do país e dizem que era questão de tempo para um acidente acontecer. Trens se chocaram de frente. Colisão de trens na Grécia mata dezenas de pessoas
Giannis Floulis/Reuters
O número de mortos no acidente ferroviário mais grave da história da Grécia subiu para 43, anunciou nesta quinta-feira (2) o Corpo de Bombeiros do país.
A colisão de dois trens, que circulavam pela mesma via em sentido contrário, ocorreu pouco antes da meia-noite de terça-feira, na região central da Grécia.
Uma porta-voz do corpo de bombeiros afirmou que as equipes de resgate trabalharam durante a segunda noite seguinda para procurar sobreviventes, mas as possibilidades de encontrar alguém são cada vez menores.
“O tempo não está do nosso lado”, admitiu a porta-voz.
O gerente da estação que estava de serviço no momento do acidente foi detido e deve comparecer a uma audiência nesta quinta-feira e terá de explicar como um trem de passageiros com mais de 350 pessoas a bordo trafegou na mesma via que um trem de cargas por vários quilômetros.
Ele deve ser acusado de homicídio culposo e pode ser condenado à prisão perpétua.
Mas, nas ruas de Atenas, cidadãos acusam o governo de falta de investimento em uma malha ferroviária que o próprio ministro dos Transportes admitiu ser precária.
Na quarta-feira (1º), o ministro, Kostas Karamanlis, pediu demissão do cargo.
Mapa mostra onde aconteceu acidente de trem na Grécia
g1
Os dois trens colidiram perto de um túnel nas proximidades da cidade de Lárissa. Dois vagões ficaram esmagados e um terceiro pegou fogo com as pessoas bloqueadas dentro.
Os sobreviventes descreveram cenas de horror e caos. Eles precisaram passar por vidros quebrados e destroços quando o trem virou e quebraram as janelas para sair dos vagões.
Integrantes das equipes de emergência afirmaram que nunca haviam testemunhado uma tragédia de tal magnitude. Muitos corpos foram encontrados carbonizados e alguns passageiros eram identificados por partes de seus corpos.
O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis anunciou uma investigação profunda sobre a tragédia.
“Tudo indica que, lamentavelmente, o acidente foi provocado por um trágico erro humano”, declarou Mitsotakis.
O governo decretou três dias de luto nacional e o ministro dos Transporte pediu demissão poucas horas depois do acidente.