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Jovem com 15% de chances de vida vence câncer, tatua pedido de casório e namorada responde no peito dele; VÍDEO


Casal esteve junto durante todo o tratamento. Hoje, vive feliz com o filho em Praia Grande (SP). Jovem que superou câncer pede a namorada em casamento com tatuagem no peito
Um jovem, de 25 anos, eternizou na pele o pedido de casamento para a namorada. No lado esquerdo do peito, onde antes ficava um cateter colocado durante o tratamento contra um câncer que quase custou a própria vida, Vinicius dos Santos Moreira pediu para que a companheira, Grazielly Mendes Cardoso, de 24, figura determinante na motivação do rapaz para enfrentar a doença, tatuasse um ‘X’ na opção que selaria o matrimônio: a resposta foi sim (veja o vídeo acima).
O casal se conheceu em 2014, quando Vinicius tinha 16 anos e Grazielly, 15. Juntos, vivenciaram a batalha contra um carcinoma [tipo de tumores malignos que se originam nos tecidos epiteliais], que se manifestou no pescoço do jovem. Além disso, encararam a expectativa de apenas 15% para a saída do processo com vida e até a chance do rapaz ficar estéril após o tratamento. Hoje, moram juntos em Praia Grande, no litoral de São Paulo, e são pais de Lucca Mendes Cardoso Moreira, de dois anos.
Onde antes eu sentia muita dor, hoje, carrego muito amor!
Aceita me tatuar?
A ideia do pedido ‘inusitado’ surgiu cinco anos após a notícia da cura. Para realizar a façanha, Vinicius combinou com um tatuador, que é amigo do casal, e surpreendeu a companheira dentro da própria casa.
O profissional escreveu “quer casar comigo?” no peito do jovem, e deixou dois espaços, um para o “sim”, outro para o “não”. Quando Grazielly chegou, além de receber a aliança e aceitar se casar com Vinicius, marcou o local que simbolizava o “sim”.
Jovem faz pedido de casamento ‘inusitado’ e pede que namorada tatue resposta em seu peito
Arquivo Pessoal
“Quando vi a tatuagem no peito dele, disse: ‘Não, você não fez isso’. Mas, na verdade, fiquei feliz. Tudo que o Vinicius faz é assim, ele ‘inventa moda’ e gosta de surpreender a todos”, comenta Grazielly. “Não tem nada mais que seja ‘a minha cara’ do que isso”, complementa o rapaz.
Tratamento e companheirismo
Os primeiros sintomas começaram a se manifestar em outubro de 2014, pouco depois do casal começar a namorar. Vinicius gostava de praticar esportes e, após dias de surfe no frio, passou a sentir dores no ouvido. “Os médicos acharam que era uma íngua. A dor passou também para o pescoço, que ficou muito inchado. Foi um diagnóstico precoce e errado”.
O rapaz foi diagnosticado corretamente apenas em fevereiro de 2015. “Quando eu soube, cheguei para a Grazi e disse: ‘Precisamos conversar’. Foi quando eu revelei para ela que estava com câncer. Expliquei que ficaria ‘feio’, que não poderia mais sair com ela da mesma forma e perguntei se queria continuar junto”. A resposta da jovem foi de imediato. “Claro, não vai mudar nada entre nós”.
A partir daquele momento, os dois passaram por todas as etapas até a cura da doença. O tratamento foi feito em Santos, no litoral de São Paulo, onde Vinicius se submeteu a dezenas de sessões de quimio e radioterapia. Ele chegou a pesar apenas 43 kg e, nos momentos de dificuldade, a namorada era um dos “apoios”, assim como a família do rapaz e também a da companheira.
A médica me disse: ‘A chance do Vinicius estar com a senhora daqui a 5 anos é de 15%. Esse é o prognóstico aqui da Terra, mas para Deus é de 100%’. Ela foi um anjo na vida dele. Como mãe, também agradeço muito a Grazi e a família dela. Enfrentamos tudo isso, desde a primeira quimio, como uma família só.
Aos 16 anos, Grazielly passou a ter uma rotina voltada ao tratamento do então namorado. A jovem relata que saia da escola direto para o hospital onde, muitas vezes, chegou a dormir escondida em banheiros para ficar com Vinicius durante a noite. “Não poderia ter dois acompanhantes, fora que eu era menor de idade”.
Casal inicou namoro em 2014, e está junto desde então
Arquivo Pessoal
Foi primordial ter alguém ao meu lado durante todo esse período. Alguém que, sem obrigação alguma, afinal, não tínhamos nem um ano de namoro, abriu mão da adolescência para ficar comigo.
Durante o tratamento, Vinicius não conseguia comer mais do que seis colheres de comida pastosa por refeição. “Quando ele dizia que não ia se alimentar, eu falava: ‘Não quero namorado morto, então, se você não comer, eu vou embora'”, comenta Grazielly. “Eu chorava de dor para engolir, mas comia na força do ódio”, complementa o jovem.
Por mais difícil que seja, sempre existe um caminho. E existem pessoas que são ‘anjos sem asas’ em nossas vidas. Família é tudo.
Curado por amor
A notícia da cura chegou em julho de 2015. “Estávamos no hospital. A médica que me acompanhou, que me tratou como se eu fosse da família dela, chegou após o tratamento e disse: ‘Vinicius, você está curado’. Ela se emocionou muito comigo”, explica o rapaz.
A médica falou: ‘Você teve todo o tratamento que precisava, mas o que te curou é algo que a medicina não traz. Você foi curado por amor’.
Uma vez curado, Vincius completou o ensino médio, que havia sido parado por conta da doença, e também o ensino superior. Apesar da informação que recebeu sobre a possibilidade de ficar estéril por conta do tratamento, hoje, o rapaz vive o seu sonho de ser pai.
“Quando o meu filho nasceu, por acaso, a médica que me acompanhou durante o câncer estava no hospital. Ela não atendia lá. Nos encontramos no elevador, eu estava saindo da maternidade e disse: ‘Doutora, quero te mostrar uma coisa’. Quando ela viu o Lucca, não se aguentou e chorou de emoção”, finaliza Vinicius.
Hoje, o casal vive em Praia Grande (SP) com o filho Lucca Mendes Cardoso Moreira
Arquivo Pessoal
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos

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