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Comandante do Exército diz que prisão de Mauro Cid ocorreu ‘dentro da lei’

General Tomás Paiva participou de audiência na Câmara dos Deputados, acompanhado do ministro da Defesa, na quarta (17). Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi detido por suspeita de fraude em cartões de vacina. ‘Nada foi feito sem o cumprimento das prerrogativas e das leis’, diz Comandante do Exército sobre prisão de Mauro Cid
O comandante do Exército, general Tomás Paiva, disse nesta quarta-feira (17) que a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, ocorreu “dentro da lei”. Cid foi detido em uma operação que apura suspeita de fraude em cartões de vacina de familiares, do ex-presidente, e da filha de Bolsonaro (relembre abaixo).
“Nada foi feito sem o cumprimento das prerrogativas e das leis, conforme está previsto. Nós não vamos nos furtar a esse entendimento. Então, hoje, isso que tá sendo feito, tá sendo feito dentro da lei. E o Exército Brasileiro, ele não comenta decisão da Justiça. Como o ministro [da Defesa, José Múcio] falou, a gente cumpre decisão da Justiça, até para não prejudicar a defesa das pessoas”, disse.
A declaração do comandante foi dada durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. Ele estava acompanhado do ministro Múcio, além dos comandantes da Marinha e da Aeronáutica, para detalhar planos das forças.
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A resposta sobre a prisão de Cid foi uma resposta de Tomás Paiva a um questionamento do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O filho do ex-presidente alegou irregularidades na prisão do tenente-coronel, e disse que um oficial só poderia ser preso em flagrante delito, e pela Polícia do Exército, não pela Polícia Federal. Cid foi detido por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O general Paiva refutou os argumentos do deputado. “O que diz o Estatuto dos Militares é que um militar, um oficial da ativa, não pode ser preso por autoridade policial, a não ser que seja em flagrante. Não foi o caso, né? A autoridade policial executou uma ordem judicial. Então, [por] ordem judicial, eu tenho prisões preventivas nas Forças Armadas, não só no Exército, inúmeras”, disse.
“[Mauro Cid] estava acompanhado por um oficial do Exército, do Batalhão de Polícia do Exército, estava acompanhado. Foi custodiado, está cumprindo, como está prevista a lei, a sua medida cautelar dentro do estabelecimento militar, como está prevista a lei”, continuou.
Depoimento de Cid
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Mauro Cid deve prestar depoimento à PF nesta quinta-feira (18), nas investigações sobre a suspeita de fraude em cartões de vacina. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro está preso desde 3 de maio, durante a operação Venire, que também cumpriu ordem de busca na casa do ex-presidente.
Segundo investigadores, foi inserida de forma irregular no sistema do Ministério da Saúde a informação falsa de que Bolsonaro e a filha haviam tomado doses da vacina. O ex-presidente, Cid e outras pessoas próximas são investigados pela suposta inclusão dos dados.
Ainda segundo a PF, comprovantes de que eles tomaram a vacina foram baixados a partir do aplicativo ConecteSus, do ministério, com base nas informações falsas. Em seguida, o registro das vacinas foi apagado do ConecteSus.
Tudo isso aconteceu no fim de dezembro, poucos dias antes de Bolsonaro, a filha e pessoas próximas terem viajado para os Estados Unidos. A PF acredita que as informações falsas tenham sido inseridas para beneficiar Bolsonaro e a família e facilitar a entrada nos Estados Unidos.
Em depoimento na última terça (16), Bolsonaro negou ter conhecimento de qualquer participação de Cid no esquema. Também negou ter orientado ou ordenado a fraude nos registros de vacinação.
O ex-presidente atribuiu a gestão de sua conta do aplicativo ConecteSUS ao ex-ajudante.
Além de Bolsonaro e da filha, a investigação da PF apontou que foram emitidos certificados de vacinação fraudulentos para Mauro Cid, a esposa de Cid — que deve prestar depoimento na sexta (18) — e três filhas do ex-ajudante de ordens.
Segundo o blog da Andréia Sadi, a PF já concluiu a perícia de um celular apreendido com Mauro Cid e o material deve servir para novos questionamentos nesta quinta.
Entre os materiais que já foram obtidos pela perícia estão as mensagens nas quais Cid passa a assessoras da então primeira-dama Michelle Bolsonaro orientações de pagamento de despesas de Michelle em dinheiro vivo.

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