Motoboy ameaçado por cliente ao ser cobrado por lanche no litoral de SP não reconhece arma apreendida

Segundo advogado da vítima, o armamento passará por perícia. Cliente recebe motoboy armado após cancelar pedido que já havia sido entregue. Caso aconteceu em Santos, SP
Reprodução
O motoboy ameaçado por um cliente não reconheceu o simulacro de arma de fogo apreendido pela Polícia Civil e que teria sido utilizado no crime em Santos, no litoral de São Paulo. O motoboy Wilton Fergunson dos Santos Silva, de 22 anos, e o advogado dele, Rafael França, estiveram na delegacia nesta sexta-feira (19) para fazer o reconhecimento do item, que passará por perícia.
As ameaças aconteceram na madrugada do último dia 12, no bairro Marapé. Na ocasião, Wilton trabalhava como motoboy e foi, no dia seguinte, até o prédio do cliente para cobrar o pagamento de lanches que foram entregues e cancelados horas depois. Porém, o homem atendeu o entregador com uma arma em mãos e a cena foi registrada pela vítima (veja o vídeo abaixo).
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Após análise do conteúdo registrado, um mandado de busca e apreensão na residência do suspeito foi cumprido nesta quinta-feira (18), quando a suposta arma usada no crime foi apreendida. Já Wilton foi chamado na sexta-feira para reconhecer o objeto no 2º Distrito Policial (DP) de Santos.
No entanto, o motoboy logo percebeu que o equipamento apresentado era de airsoft. “Uma arma toda de plástico e totalmente diferente”, diz França, advogado dele. Ainda segundo a defesa do motoboy, o empresário informou à polícia que toma remédios controlados, pois sofre de depressão e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
“Ainda veio com a alegação de que no vídeo tinha visto o Wilton acompanhado de outro motoboy na porta dele”, explica França, garantindo que possui provas de que o entregador estava sozinho na ocasião.
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Como as versões sobre a arma utilizada no crime não correspondem, o equipamento apreendido passará por perícia. “Irá constatar que aquela arma não era a mesma que ele estava em punho porque o ferrolho [parte da arma] era diferente”, conta França.
O advogado ainda relembra que a arma usada no crime era menor do que a apreendida. “Pelo vídeo dá para ver que não é um simulacro que ele [empresário] estava na mão, mas ele quis apresentar um simulacro. A Justiça que irá determinar”, finaliza.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou que um simulacro de arma de fogo foi apreendido e o caso é investigado por meio de inquérito policial. “Imagens do ocorrido foram encaminhadas à perícia para análise. Mais detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial”, disse a SSP.
O g1 entrou em contato com o empresário investigado, mas não recebeu retorno até a publicação desta matéria.
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