Politica

Fala de general Amaro revolta PF e acirra guerra por comando de segurança de Lula


Chefe do GSI minimizou saída da PF da proteção do presidente e dos familiares, que pode acontecer até o fim do mês. General Amaro, chefe do GSI, em comissão da Câmara dos Deputados
Vinícius Cassela/g1
Uma fala do general Amaro, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), causou revolta nos bastidores da Polícia Federal e acirrou a disputa pelo comando da segurança do presidente Lula (PT).
Quando tomou posse, Lula criou, por decreto, a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República, que ficou responsável pela proteção do presidente e de seus familiares e é composta majoritariamente por policiais federais.
O mesmo decreto, entretanto, estabeleceu que a partir de 30 de junho a responsabilidade voltaria a ser inteiramente do GSI.
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Chefe do GSI, Amaro disse ao site Poder360 que uma eventual saída da PF da segurança “não traz nenhum problema”.
Agentes da PF ouvidos pelo blog avaliaram a fala como arrogante, desrespeitosa e ultrapassada – por usar o conceito de comando único num momento em que a segurança pública se pauta pela integração entre os diversos órgãos de segurança.
Os agentes também se incomodaram com o fato de Amaro alegar que os militares se capacitam por 8 semanas para a função e os agentes federais, 2 semanas.
“Só esqueceu de dizer que o policial tem no curso de formação a disciplina de segurança de dignitários, vários cursos de atualização [inclusive com outras polícias do mundo], e, sobretudo, uma atuação diária exercendo a função”, revolta-se um policial federal ouvido pelo blog.
A PF aceita que o GSI fique com a logística aérea e cerimoniais militares, além das outras atribuições que o órgão já tem em relação a estruturas estratégicas (como a segurança cibernética), mas avalia que a segurança do presidente deve ficar sobre responsabilidade dos policiais.
Em janeiro, o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, disse durante entrevista ao Estúdio i que “nenhum país estruturado no mundo tem militares fazendo a segurança do seu presidente.”
Guerra pelo comando
Uma ala dentro do governo propõe uma solução em que PF e GSI atuariam juntos, com os militares no comando.
Outro grupo, entretanto, avalia que a mudança é temerária, e cita os recentes episódios de integrantes do GSI envolvidos com o movimento golpista de 8 de janeiro e a saída de Gonçalves Dias, um general, do comando do órgão após a revelação de imagens dele ao lado de invasores do Palácio do Planalto.
Além disso, a PF fez a segurança de Lula na campanha, comandada por Andrei Passos Rodrigues, e ganhou a confiança do presidente, da primeira-dama, Janja, e de outros familiares.

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