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Com colheita, arroz perde preço no Brasil

A colheita do arroz está avançando no principal estado produtor brasileiro, o Rio Grande do Sul. Com a entrada da oferta do cereal, o mercado reagiu. O Indicador do Arroz em Casca Cepea/Irga-RS registrou queda de 14,24% em fevereiro, com a saca de 50 kg negociada ao redor de R$ 104. Patamar bem distante dos R$ 131,44 observados em janeiro, quando o arroz bateu recorde de alta. Além da colheita, as importações contribuíram para a perda do valor do arroz. Em janeiro, período de entressafra no Brasil, a alta nas compras externas foi de 58% na comparação com janeiro de 2023, totalizando pouco mais de 200 mil toneladas.

De acordo com a consultoria Safras&Mercado, a tendência é que a queda no preço do cereal se mantenha no curto e médio prazos. Esse recuo deve ser transmitido também aos consumidores, que viram o arroz disparar 28,4% em 12 meses nos supermercados. A expectativa é que gradualmente a baixa do arroz vá chegando às prateleiras. Ainda que o momento seja de recuo nos preços do arroz pagos ao produtor rural, a perspectiva para a cultura é positiva. O Itaú BBA aponta que o balanço global entre oferta e demanda está apertado e a Índia, maior exportador do mundo, mantém as restrições para exportação, fatores que contribuem para preços remunerados no campo. Além disso, consultorias não descartam novos recordes para o arroz no segundo semestre deste ano no Brasil.

Com esse cenário, o arroz se torna atrativo. Em 2025, a intenção de plantio deve aumentar não apenas no Sul, mas também no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A própria Conab já revelou em 2024 um avanço de 7% na área do Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, e incremento de 20% na produção em Mato Grosso, maior produtor nacional em sequeiro. A Embrapa também apontou que o arroz de terras altas está sendo incorporado em áreas de rotação de culturas irrigadas no Cerrado brasileiro, uma alternativa ao plantio de soja e milho durante a safra de verão e safrinha. Sinais de que a cultura está ganhando espaço e atenção no campo. Bom para o produtor rural, bom para o consumidor brasileiro.

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