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Guarujá

Padrasto de menino que morreu após buscar bola e cair de telhado dá aulas de futebol para 200 crianças: ‘outra família


Carlos Alexandre Castro, de 12 anos, sofreu traumatismo craniano em Guarujá, no litoral de SP. Ele teve morte encefálica constatada pelos médicos e os órgãos foram doados com a autorização dos responsáveis. Padrasto de menino que morreu ao cair de telhado após buscar bola cria projeto social
O padrasto de Carlos Alexandre Castro, adolescente de 12 anos que morreu ao cair do telhado após buscar uma bola de futebol, em Guarujá, no litoral de São Paulo, criou um projeto social para dar aulas de futebol. Ao g1, Douglas Demétrius dos Santos, de 28 , contou que a ideia surgiu com o intuito de afastar as crianças de locais perigosos e para que tenham a supervisão de um adulto. “Não queria ver mais nenhuma mãe ou pai chorando”.
O acidente aconteceu no dia 11 de abril na comunidade Pedreira Matarazzo, no bairro Enseada. Carlos jogava futebol com amigos em um parque quando a bola foi chutada para o telhado da Associação de Moradores do local. Ele e um amigo subiram na construção, mas a estrutura quebrou. A vítima sofreu traumatismo craniano e morreu nove dias depois, no Hospital Santo Amaro. O colega dele passa bem.
“Eu não conseguia dormir [depois que Carlos morreu]. Eu precisava e sabia que eu tinha que fazer alguma coisa. Fiz esse projeto porque eu não queria ver mais nenhuma mãe ou pai chorando. Pelo o que aconteceu com a gente, não queríamos que outras mães passassem por isso mais”, disse.
Douglas contou que o projeto tem apenas duas duas semanas, mas já reúne mais de 200 crianças em um campo de areia na comunidade Pedreira Matarazzo. O local está a apenas 30 metros da Associação de Moradores, onde Carlos subiu no telhado e caiu.
Adolescente de 12 anos morreu após cair do telhado enquanto buscava a bola de futebol
Arquivo pessoal
A bola
A família guardou a bola de futebol que fez com que Carlos subisse no telhado, porém, de acordo com Douglas, a mãe da vítima não deixou usá-la no projeto.
As aulas acontecem de segunda a sexta-feira, das 18h30 às 21h. Para passar as atividades, Douglas utiliza materiais recicláveis, como chinelos, cabos de vassouras, pneus de bicicletas e cordas. As bolas de futebol foram doadas pelos pais dos alunos.
“Não é fácil, mas estamos tentando seguir em frente. Agora, a gente tem outra família [as crianças do projeto]. Ver a força de vontade das crianças é gratificante. A única coisa que eu cobro é que compareçam aos treinos todos os dias. Se deixar, até em dias de chuva eles querem treinar”, finalizou.
Mais de 200 crianças participam do projeto, entre elas, está o colega que subiu na construção com o Carlos para pegar a bola
Arquivo Pessoal
Carlos Alexandre
Carlos ficou internado por nove dias no hospital antes de ter a morte encefálica [parada de todas as funções do cérebro] confirmada pela equipe médica do hospital.
A família decidiu pela doação dos órgãos de Carlos, que foi sepultado no Cemitério Vila Júlia . O amigo que também caiu do telhado, inclusive, compareceu à despedida, no último dia 22.
À época, o g1 apurou que o caso foi registrado como morte acidental no DP Sede de Guarujá (SP). O Hospital Santo Amaro, por meio de nota, confirmou a morte do adolescente e a autorização da família para a doação dos órgãos.
VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos

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