Convocado a depor, príncipe Harry falta a sessão judicial

Filho mais novo do rei Charles III seria primeiro membro da realeza britânica em 130 anos a prestar depoimento à Justiça, em caso contra grupo de tabloides; sessão foi adiada para terça (5) por conta de aniversário de sua filha, disse advogado. Príncipe Harry na cerimônia de coroação do rei Charles III e da rainha Camilla, na Abadia de Westminster, em Londres, em 6 de maio de 2023
Andy Stenning/Pool via Reuters
O príncipe Harry falou a uma sessão judicial no Reino Unido na qual ele prestaria depoimento a um juiz nesta segunda-feira.
Harry daria testemunho no processo que move com mais cem pessoas contra um grupo de tablóides do país, mas não conseguiu chegar a tempo, disse seu advogado nesta segunda. Ele seria o primeiro membro sênior da realeza britânica a depor em um tribunal em 130 anos.
O advogado de Harry, David Sherborne, disse que Harry voou de sua casa em Los Angeles, nos Estados Unidos, na noite de domingo (4), depois de participar da festa de aniversário de sua filha Lilibet, mas não estava disponível para depor na segunda-feira.
Sherbone avisou ao juiz, Timothy Fancourt, que o príncipe não compareceria à audiência de segunda-feira, realizada em um tribunal moderno no Rolls Building do Tribunal Superior, lotado de mídia e alguns membros do público.
O depoimento foi remarcado para terça-feira (6).
Harry, o filho mais novo do rei Charles III, se sentará no banco de testemunhas na Alta Corte de Londres como parte da ação que ele e mais de 100 outras celebridades e figuras de destaque apresentaram contra o Mirror Group Newspapers (MGN), editor de Daily Mirror, Sunday Mirror e Sunday People.
Será a primeira vez que um membro sênior da realeza prestará depoimento desde que Edward foi testemunha como parte de um caso de divórcio em 1870 e 20 anos depois em um julgamento por difamação sobre um jogo de cartas, ambos antes de se tornar rei.
Harry, que é o quinto na linha de sucessão ao trono, esteve nas manchetes nos últimos seis meses por causa de suas disputas legais com a imprensa britânica e o lançamento de seu livro de memórias, além de uma série documental da Netflix em que ele acusou outros membros da realeza de conluio com tabloides.
David Yelland, consultor sênior de comunicações e ex-editor do tabloide The Sun de Rupert Murdoch – veículo que Harry também está processando – disse que a família real há muito procura evitar processos judiciais, porque eles não estão no controle da situação.
“Esses casos costumam ser casos de destruição mútua garantida. Acho que ninguém sairá bem”, afirmou ele.
Entenda abaixo os principais pontos do caso.
Sobre o que é o processo?
Harry e mais de cem outras pessoas estão processando a Mirror Group Newspapers (MGN), editora dos tablóides “Daily Mirror”, “Sunday Mirror” e “Sunday People”, acusando-os de atividades ilegais generalizadas entre 1991 e 2011.
Os envolvidos incluem atores, estrelas do esporte, celebridades e pessoas que simplesmente tiveram uma conexão com figuras importantes.
Eles dizem que os jornalistas do grupo de mídia ou investigadores particulares contratados por eles realizaram hacking de telefone em “escala industrial”, obtiveram detalhes privados por engano e realizaram outros atos ilícitos para descobrir informações sobre eles.
Editores seniores e executivos sabiam e aprovavam o comportamento, dizem os advogados de acusação.
A MGN está contestando as reivindicações e argumenta que alguns dos processos foram abertos tarde demais, como o de Harry.
Harry deve prestar depoimento durante três dias, a partir de segunda-feira.