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OAB critica fala de Rui Costa e faz campanha a favor de Brasília

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Distrito Federal publicou uma nota neste domingo (4.jun.2o23) repudiando a fala do ministro da Casa Civil, Rui Costa, sobre Brasília. Na 6º (2.jun), o ministro criticou a localização da capital federal e afirmou que sua localização distancia os congressistas da população.

Em resposta, o órgão diz que a fala de Rui “ofende” os antepassados de Brasília e que o ministro deveria ter noção de responsabilidade” em razão do cargo que ocupa.

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“O respeito à dignidade de todos os cidadãos de Brasília e daqueles que são recebidos de braços abertos na nossa Capital é missão institucional daqueles que foram eleitos pelo povo do país. Digamos não a discursos desalinhados com o que Brasília representa para o país”, diz trecho da nota.

A OAB promoveu em cima do caso a campanha “O DF é da gente”, lançada em março desse ano em prol da autonomia do Distrito Federal.

Entenda o caso

Durante evento em Itaberaba (BA) na 6º feira (2.jun), Rui Costa chamou a capital brasileira de “ilha da fantasia”. Disse que a localização de Brasília “fez muito mal ao Brasil” por afastar os congressistas da “vida das pessoas”. Afirmou ainda que a capital do Brasil deveria ter ficado no Rio de Janeiro ou ter ido para Bahia, Estado que governou de 2015 a 2023.

“Quem fosse entrar num prédio [de Brasília], ou na Câmara dos Deputados, ou Senado, teria que passar, antes de chegar no seu local de trabalho, em uma favela, embaixo de viaduto, com gente pedindo comida, vendo gente desempregada”, disse o ministro.

Neste domingo (4.jun), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), chamou o ministro de “idiota completo” pela declaração.

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“Agora sabemos de onde partiu o ataque ao Fundo Constitucional”, afirmou Ibaneis, em entrevista ao jornal Correio Braziliense. Disse ainda que o presidente Lula nunca demonstrou pensar como o ministro.

Desigualdade no DF

O Distrito Federal é a 4ª unidade federativa mais desigual do país. A cidade é marcada por extremos que refletem ampla desigualdade socioeconômica entre os ricos e os pobres que vivem na capital da República brasileira de cerca de 3 milhões de habitantes.

Em 2023, a região mais nobre de Brasília tem renda domiciliar per capita mensal que se aproxima de nações europeias, como Espanha(R$ 9.487), e de outros países desenvolvidos, a exemplo da Coreia do Sul (R$ 10.638)

Enquanto isso, a Estrutural –região administrativa mais pobre da capital– tem rendimento por mês de R$ 695, cifra menor do que Bangladesh (R$ 843) e Índia (R$ 702)

É em Brasília, por exemplo, que está a maior favela do Brasil. O Sol Nascente está a 45 minutos do Congresso Nacional e a 30 km do centro da capital –onde o verde da grama bem cuidada e a arquitetura futurística caracterizam os arredores da sede dos Três Poderes.

Os dados preliminares do Censo de 2022, elaborado pelo IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), indicam que o Sol Nascente ultrapassou a Rocinha, do Rio de Janeiro, como maior favela do país. O instituto fez a estimativa com base na quantidade de habitações de cada região. A comunidade brasiliense tem 32.081 domicílios. A favela carioca, 30.955.

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