Economia

IPCA sobe 0,23% em maio, puxado por planos de saúde e bem abaixo das expectativas


Resultado reflete uma forte desaceleração em relação ao mês anterior, quando a inflação subiu 0,61%. No acumulado em 12 meses, o Brasil registrou uma inflação de 3,94% até o mês passado. Planos de saúde avançaram e puxaram o IPCA de maio
Pixabay
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é considerado a inflação oficial do Brasil, subiu 0,23% em maio em relação ao mês imediatamente anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (7).
No acumulado em 12 meses até aqui, o IPCA registra alta de 3,94%.
Esse resultado representa uma forte desaceleração de 0,38 ponto percentual em relação a abril, quando a inflação avançou com mais força, a uma taxa mensal de 0,61% e a uma taxa anual de 4,18%.
Os números vieram bem abaixo das projeções do mercado financeiro, de alta de 0,33% na comparação com o mês anterior e de 4,05% ano a ano.
A alta de maio foi puxada pelo grupo de Saúde e cuidados pessoais, com destaque para os planos de saúde, que tiveram alta de 1,20% no mês.
Em contrapartida, a queda nos preços nos grupos de Transportes e Artigos de Residência e uma desaceleração entre os itens da alimentação no domicílio foram as principais responsáveis por segurar uma alta mais acentuada do IPCA.

De acordo com Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, mais importante do que a desaceleração é analisar quais foram os itens que mais subiram e os que mais caíram no mês.
A especialista explica que, no mês passado, as principais altas vieram dos preços administrados – que são os produtos que oscilam menos com base na oferta e demanda e têm seus preços determinados pelo governo ou por outras partes, caso dos planos de saúde.
Em contrapartida, os preços livres, que respondem melhor à lei de oferta e demanda, foram os que apresentaram as desacelerações mais expressivas, como os artigos de residência.
Na prática, segundo Carla, isso significa que a política de alta nos juros empreendida pelo Banco Central do Brasil (BC) tem tido efeito sobre a inflação brasileira, controlando o aumento dos preços livres.
Com os números observados em maio, a inflação acumulada em 12 meses, de 3,94%, ficou mais próxima da meta do BC para 2023. A meta é de 3,25%, podendo ficar entre o intervalo de 1,50% e 4,50% para ser considerada oficialmente cumprida.
No entanto, no acumulado do ano até aqui, o índice já registra uma alta de 2,95%.

Inflação dividida pelos grupos
Alimentação e bebidas: 0,16%
Habitação: 0,67%
Artigos de residência: -0,23%
Vestuário: +0,47%
Transportes: -0,57%
Saúde e cuidados pessoais: +0,93%
Despesas pessoais: +0,64%
Educação: +0,05%
Comunicação: +0,21%
(Matéria em atualização)

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