Velejador segue desaparecido seis meses após sair para testar o piloto automático do veleiro ‘Sufoco’
Edison Gloeden desapareceu ao sair da sede náutica de um clube em Santos, no litoral de São Paulo, no dia 15 de janeiro. Sócio do velejador disse não ter notícias do paradeiro do amigo desde então. Velejador desapareceu após sair da sede náutica de um clube, em Santos (SP)
Reprodução/Redes Sociais
O desaparecimento do velejador Edison Gloeden, que desapareceu ao sair da sede náutica de um clube em Santos, no litoral de São Paulo, completa seis meses. O sócio dele, Paulo Lichtner, disse que segue sem saber o paradeiro do amigo após seis meses. “Na sexta-feira [dois dias antes do desaparecimento e a última vez que o viu] a gente se despediu normal e aí ele nunca mais apareceu”
No dia 15 de janeiro de 2023, Gloeden, com 66 anos, foi testar o piloto automático recém instalado no veleiro ‘Sufoco’ e não foi mais visto. A Marinha e o Corpo de Bombeiros suspenderam as buscas pelo velejador e a embarcação dele dias após o desaparecimento.
Paulo Lichtner, de 67 anos, é amigo do velejador desde a adolescência. Aos 14, iniciaram uma sociedade de fabricação de pranchas de surfe. Ao completarem 19, eles se tornaram sócios de uma gráfica e seguiam trabalhando até o desaparecimento de Gloeden.
Ao g1, Lichtner contou que o amigo havia acabado de voltar de uma viagem de final de ano à Ubatuba na época em que desapareceu.
“Estava feliz, queimado do sol e tranquilo […]. Ele voltou para o trabalho na terça e na sexta a gente se despediu normal e aí ele nunca mais apareceu”.
A reportagem entrou em contato com a esposa do velejador, que afirmou não ter passado bem e não quis falar sobre o caso.
Paulo Lichtner e Edison Gloeden no veleiro ‘Sufoco’, que desapareceu em Santos (SP)
Arquivo Pessoal
Buscas
Para Lichtner, faltou um empenho maior das autoridades para encontrar o amigo e o veleiro ‘Sufoco’. No entanto, eles afirmou que, mesmo com buscas em águas mais distantes, não sabe se conseguiriam localizá-lo.
“Por exemplo, o submarino do ‘Titanic’ que implodiu. No dia seguinte, tinham submarinos do mundo inteiro, barcos e tecnologia mais avançada do mundo para buscar aquele pessoal que estava desaparecido. A gente imagina que, quando são pessoas importantes, famosas, políticos ou de muito dinheiro são mais ajudadas”, disse.
Marinha
Em nota, a Marinha do Brasil, por meio do 8º Distrito Naval, informou que suspendeu as buscas no dia 31 de janeiro. Durante 16 dias de trabalho, foram realizadas buscas em uma área de aproximadamente 80.000 milhas náuticas e, segundo o órgão, nenhum indício que pudesse contribuir para a localização da embarcação e do condutor foi encontrado.
O g1 entrou em contato com o Corpo de Bombeiros, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Edilson Gloeden segue desaparecido após seis meses
Reprodução/Redes Sociais
Edison Gloeden
De acordo com o colunista de A Tribuna, Gabriel Pierin, Edison Gloeden, conhecido como Alemão, é filho de pai alemão e mãe espanhola. Ele nasceu no dia 29 de março de 1956, em São Paulo.
O velejador teve o primeiro contato com o surfe aos 11 anos de idade, quando foi morar em Santos e ficou impressionado ao ver um surfista deslizando em uma onda.
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Desaparecimento
O velejador Edison Gloeden desapareceu após sair da sede náutica do Clube Internacional de Regatas e não avisou ninguém que sairia com o barco. Ele foi definido como ‘capitão experiente’ pelos colegas mais próximos, ouvidos pelo g1.
As buscas do Corpo de Bombeiros e Marinha começaram no dia 16 de janeiro, quando ainda se limitavam apenas à costa e ao mar aberto de Bertioga, Praia Grande e um trecho de São Sebastião. Os locais, segundo aos bombeiros, foram escolhidos por estarem nas proximidades de ilhas de refúgio.
De acordo com o navegador Herman Junior, que criou o site Inavigate, Edison saiu com equipamentos de ótima qualidade e não fez contatos com o grupo. “Ele estaria a 120 milhas de distância da costa [algo em torno de 200 km], muito além da laje de Santos].
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