Mãe de Kaio Jorge, da Juventus, obtém liminar para embarcar com cão na 1ª classe de voo internacional; entenda

Cadela da mãe do ex-jogador do Santos poderá embarcar fora da caixa de transporte e na primeira classe. Apesar de estar sujeita a multa de R$ 10 mil, companhia aérea disse que cabe ao comandante decidir. Atenas Karina, mãe do jogador Kaio Jorge, conseguiu uma liminar na Justiça para embarcar com cadela na primeira classe
Arquivo Pessoal
A mãe do jogador Kaio Jorge, que defende a Juventus, da Itália, conseguiu uma liminar na Justiça para embarcar em um voo internacional com um cão de apoio emocional fora da caixa de transporte e na cabine da primeira classe, junto com os passageiros. Amora Crystal, como a cadela da raça Spitz Alemão é chamada, auxilia o tratamento de transtorno de ansiedade e depressão de Atenas Karina, de 43 anos.
“A decisão foi uma das melhores sensações de Justiça que eu já tive. Foi uma alegria, eu gritei e torci muito. Não é só porque ela [cadela] é bonitinha, fofinha e vai ficar no colinho. Não é sobre beleza. É sobre saúde, bem-estar e para que eu consiga fazer um voo tranquilo”, disse a mãe do jogador.
No entanto, em nota, a Transport Air Portugal (Tap) disse que não permite transporte de animais na classe executiva “por questões de segurança”. De acordo com a companhia, independente da decisão da Justiça, cabe ao comandante decidir se o animal pode ou não viajar na cabine.
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Atenas costuma viajar bastante com a Amora, já que se divide em viver com o filho na Itália e cuidar de empresas no Brasil e Portugal. De acordo com ela, ver a cadela nervosa e presa na caixa de transporte causa crises de choro, ansiedade e pânico durante os voos.
Laudo afirmou que a cadela Amora Crystal é um cão de suporte emocional de Atenas Karina
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A classe executiva também foi uma exigência. Segundo ela, quando fica muito tempo na mesma posição, o que acontece na aérea econômica do avião, sente muitas dores no maior nervo do corpo humano, o ciático.
Com isso, desta vez, Atenas decidiu entrar em contato com a companhia aérea, que negou o pedido “por questões de segurança”. Segundo os advogados Mario Bernardes e Natasha Kuchel, uma ação foi iniciada em Santos, no litoral de São Paulo, e concedida pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP).
Na decisão, foi determinado que a TAP autorize o embarque de Atenas com a cadela de ‘suporte emocional’ fora da caixa de transporte e na classe executiva, no voo de Recife para Lisboa e, depois, para Milão. A multa será de R$ 10 mil, caso a tutora e a cadela sejam proibidas de embarcar pela companhia.
Atenas Karina deu a cadela Amora de presente ao jogador da Juventus para ajudá-lo a superar a perda do avô
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“Embora se trata da empresa aérea, a decisão principal é o reconhecimento do cachorro como ‘pet emocional’, trazendo uma proteção jurídica e o igualando ao cão guia [animal adestrado para auxiliar pessoas com deficiência visual], que tem uma legislação específica e é muito mais fácil”, explicou o advogado Mario Bernardes.
Apoio emocional
Amora foi um presente ao jogador da Juventus para ajudá-lo a superar a perda do avô, pai de Atenas. A cadela se transformou em um pet de apoio emocional para ajudá-la a superar o luto e lidar com a mudança para Itália, onde, segundo ela, se sente sozinha.
“[Kaio Jorge] fala: ‘Mãe, estou com saudade da minha irmã [Amora]’. Hoje, ela é um pet emocional porque toda a dor que eu depositei nela, ela transformou em amor. Quando eu estou muito nervosa, com taquicardia ou angustiada, é a Amora que me dá sossego”.
Amora virou pet de apoio emocional para ajudar Atenas Karina a superar a morte do pai e lidar com a mudança para Itália
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Ao g1, uma das responsáveis pelo laudo da necessidade de Amora como suporte à Atenas, a psicóloga Alessandra Coutinho explicou que o animal de apoio emocional afasta a sensação de solidão que costuma gerar angústia em pessoas emocionalmente doentes.
“O pet funciona para seu tutor da mesma forma que o idoso usa sua bengala. Se retirarmos, eles caem, ou seja, adoecem”.
Em casos de luto, segundo a especialista, o método traz benefícios no controle da ansiedade. Porém, quando a pessoa não está próxima do animal ou o vê em perigo – o que acontece com Atenas em viagens de avião – gatilhos mentais são acionados, sendo possível reviver os mesmos sentimentos do momento do luto.
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