Baixada Santista tem importância central para o crime organizado em SP; entenda

Em entrevista a Natuza Nery, o professor da FGV-SP e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Rafael Alcadipani compara o avanço do tráfico na Baixada Santista, em São Paulo, à situação do Rio. E explica importância do Porto de Santos para o crime organizado. Segundo um levantamento feito pelo g1, a ação para prender os assassinos do soldado da Rota Patrick Bastos Reis, na Baixada Santista, já é a mais letal realizada no estado de São Paulo desde os crimes de maio de 2006. Ao menos 14 pessoas foram mortas na região até a noite desta terça-feira (1º).
Em entrevista a Natuza Nery, o professor da FGV-SP e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Rafael Alcadipani compara o avanço do narcotráfico na Baixada Santista em São Paulo à situação do Rio de Janeiro. Ele cita fatores como:
A geografia litorânea com morros ocupados por comunidades controladas pelo crime;
A presença da polícia é rechaçada à bala, que é geralmente atípico no estado de São Paulo;
Governo de SP nega que tenha havido excesso da polícia na operação que deixou 8 mortos em Guarujá
Jornal Nacional/ Reprodução
“A grande diferença é que você não tem várias facções ocupando a comunidade. Aqui, você tem uma única facção e não tem uma presença de milícia tão forte como você tem no Rio de Janeiro”, avalia Alcadipani.
Ele ainda diz que “a Baixada Santista é um lugar de importância central para o crime organizado.”
“É onde está localizada o maior porto da América Latina, que é o Porto de Santos. Ele é de fundamental importância para o crime organizado porque é a partir do Porto de Santos que muito da cocaína que é exportada da América do Sul, principalmente, para Europa, África e também para a Oceania.”
Ouça a entrevista completa no podcast O Assunto
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