Guarujá

Em 6 dias, Samu recebeu 12 chamados para atender feridos por arma no Guarujá; 8 já estavam mortos no local


Todos eram homens e estavam sem documentos, segundo a prefeitura. Até a tarde desta quarta-feira, a SSP confirmou 16 mortos na Baixada Santista na operação realizada após a morte do soldado da Rota baleado durante patrulhamento em comunidade. Ao menos três homens não foram atendidos pelo Samu do Guarujá. Moradores, familiares de mortos e associações dizem que operação policial, em Guarujá (SP), foi ‘chacina’
Diego Bertozzi/TV Tribuna
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Guarujá, no litoral de São Paulo, foi acionado para atender 12 pessoas feridas por arma de fogo entre quinta-feira (27) e quarta-feira (2), segundo a reportagem do g1 apurou.
Até a manhã desta quinta-feira (3), o número de mortos desde o início da Operação Escudo, na Baixada Santista, era de 16, conforme a Secretaria de Segurança Pública.
A ação se deu início no dia 28 de julho depois que o soldado Patrick Bastos Reis, que atuava na Rota, morreu baleado durante patrulhamento (entenda mais abaixo).
Os números do Samu são baseados em ocorrências envolvendo ferimentos com armas de fogo no período, e não necessariamente todos os chamados registrados pela central podem ter relação com a operação.
Contudo, segundo a reportagem do g1 apurou, todas as chamadas atendidas pelos médicos do Samu desde o começo da ação da PM foram para pessoas do sexo masculino e nenhuma delas tinha documentos.
Os dados mostram também que ao menos três homens mortos na operação não tiveram atendimento direto do Samu assim como o resgate do PM Patrick, que foi socorrido pela própria corporação.
Vítimas levadas às unidades
A reportagem do g1 apurou que, nos bairros e comunidades Pae Cará, Prainha e Jardim Cunhambebe foram atendidas quatro pessoas feridas. Elas foram encaminhadas com vida às unidades de Urgência e Emergência, segundo a prefeitura.
Já nos bairros e comunidades Jardim Cunhambebe, Jardim Conceiçãozinha, Vila Edna, Vila Baiana, Aldeia, Jardim Conceiçãozinha, Morrinhos 1 e Morrinhos 3 “foram atendidas oito vítimas já em óbito no local”.
Desde 2013, os policiais militares de São Paulo não podem mais prestar socorro às vítimas. O procedimento dos policiais diante desses casos deve ser o mesmo tomado em acidentes de trânsito: chamar o socorro, isolar a área e esperar, junto com a vítima, a chegada do serviço de urgência.
Cinco dias de operação
Operação Escudo acontece em Guarujá (SP) após PM ser morto baleado por criminoso
Reprodução
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), em cinco dias de Operação Escudo na região, a polícia prendeu 58 suspeitos, apreendeu quase 400 quilos de drogas e 18 armas, entre pistolas e fuzis.
Ainda em nota, afirma que “todas as ocorrências com morte durante a operação resultaram da ação dos criminosos que optam pelo confronto, colocando em risco tanto vítimas quanto os participantes da ação”.
A pasta informou ainda que “todos os casos desse tipo são minuciosamente investigados pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Santos e pela Polícia Militar, por meio de Inquérito Policial Militar (IPM)”.

As imagens das câmeras corporais serão usadas nas investigações e estão disponíveis para “consulta irrestrita pelo Ministério Público, Poder Judiciário e a Corregedoria da PM”.
Entenda o caso
Irmão de suspeito de matar PM da Rota é preso no litoral de SP
Os agentes da Rota, que são da cidade de São Paulo, estavam no litoral por volta das 22h30 de quinta, participando da Operação Impacto Litoral, que foi criada como uma resposta a um crime que ocorreu em maio.
No dia 19 de maio, dois PMs aposentados foram mortos no bairro de Morrinhos, no Guarujá. De acordo com as investigações, homens passaram atirando de dentro de um carro.
A PM então criou a Operação Impacto no Litoral, que tinha como objetivo servir de resposta a traficantes sobre os índices de criminalidade da região.
No dia da morte de Patrick, de acordo com a PM, os agentes faziam um patrulhamento próximo à comunidade da Vila Zilda. Um outro policial foi baleado na mão esquerda e encaminhado para um hospital da região.
16 mortes na Baixada Santista
A polícia prendeu 58 pessoas durante cinco dias de Operação Escudo na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, entre os dias 28 de julho e 1 de agosto. A ação também deixou pelo menos 16 mortos no Guarujá e em Santos, no litoral de São Paulo.
Segundo a secretaria, o objetivo da ação é de repressão ao tráfico de drogas e ao crime organizado. A quantidade de pessoas mortas em uma única operação policial, no fim de semana, já representa a metade de todos os mortos pela Polícia Militar de São Paulo na Baixada Santista no 1º semestre de 2023.
O governador Tarcísio de Freitas disse na segunda-feira (31) que estava “extremamente satisfeito” com a operação policial e que “aqueles [suspeitos] que resolveram se entregar à polícia foram presos, foram apresentados à Justiça. O autor do disparo foi preso, foi entregue à Justiça, como tem que ser”.
Erickson David da Silva, apontado como responsável pelos disparos que mataram o soldado Patrick Reis, foi preso no domingo (30), em São Paulo. O irmão dele, Kauan, também foi preso ao se entregar em Santos, na madrugada desta quarta-feira (2).
Segundo o delegado, Erickson, outro homem conhecido como ‘Mazzaropi’ e Kauã estavam no momento que o policial da PM foi baleado na viatura.
Erickson e Mazaropi contam versões diferente sobre o crime e trocam acusações.

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