Corpo encontrado em contêiner no Porto de Santos passa por exame de DNA e será enterrado no litoral de SP

Restos mortais foram identificados com auxílio de um scanner. O contêiner foi embarcado no Porto de Tanger, no Marrocos. Corpo foi encontrado em contêiner no Porto de Santos, SP
Divulgação/Receita Federal
O corpo encontrado em decomposição em um contêiner no Porto de Santos, o maior da América do Sul, passou por exame necroscópico no Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande, no litoral paulista. Ao g1, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou, nesta quinta-feira (21), que a perícia também coletou material para exames de DNA.
A pasta explicou que o exame de DNA será utilizado para identificação do corpo, além de esclarecer as causas da morte. Procurada, a Polícia Federal informou que ainda não há resultados das perícias e nem novidades sobre a investigação do caso.
O g1 apurou que, após o procedimento, o serviço funerário municipal será acionado para encaminhar o corpo para sepultamento. A Prefeitura de Praia Grande informou que, até o momento, não foi acionada. Já a de Santos, não respondeu à solicitação.
A reportagem questionou a SSP-SP sobre o prazo para que o laudo seja concluído e informações sobre a destinação do corpo assim que deixar o IML, mas a pasta não respondeu.
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Investigação
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A PF trabalha com duas possibilidades na investigação do caso: a de que a vítima era refugiada no Marrocos e morreu durante a viagem ou a de que ela foi assassinada no país africano e, depois, colocada na caixa.
O contêiner com o corpo foi colocado no navio no Porto de Tanger, no Marrocos, no dia 1° de setembro. A embarcação deixou o continente africano e fez escala em Salvador (BA) antes de chegar ao Porto de Santos.
Segundo o delegado Edson Patrício do Nascimento, o contêiner estava ‘vazio’ [sem cargas] e com o mecanismo de refrigeração desligado.
“Uma das hipóteses é a de que a pessoa possa ser um imigrante tentando sair do país”, explicou o delegado, que acrescentou sobre a possibilidade de assassinato. “Vai depender das informações que forem levantadas, principalmente se o exame encontrar evidências de morte violenta”.
Próximos passos
Scanner da Receita Federal detectou pela primeira vez em 12 anos um corpo em contêiner no Porto de Santos, SP
Diego Bertozzi/TV Tribuna
O delegado explicou também que, caso o exame necroscópico aponte que a morte aconteceu fora do Brasil — e que o caso não necessite mais da atribuição da PF –, as informações sobre o ocorrido serão encaminhadas para outro país, podendo ser o local onde a pessoa embarcou, nasceu ou morreu.
“Lá, poderão apurar as possíveis evidências do que aconteceu, se foi uma morte violenta ou não, as razões da pessoa estar dentro do contêiner e também a identificação civil dessa pessoa para que possam ser informados os seus parentes”, complementou o delegado.
Rota e perícia
Ao repórter Diego Bertozzi, da TV Tribuna, afiliada da Globo, a Receita Federal informou que o navio saiu de Singapura, na Ásia, e passou pelo Marrocos, onde o contêiner foi embarcado.
A Polícia Federal afirmou ter periciado o contêiner após o corpo ter sido encontrado. O nome do terminal em que foi realizada a ação não foi informado.
Aviso do g1 sobre imagem forte
Arte/g1
Escaneamento apontou a presença de uma silhueta de corpo humano dentro de contêiner no Porto de Santos, SP
Receita Federal/Divulgação
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