Com preços mais atraentes, carros elétricos chineses dominam mercado brasileiro
O mercado brasileiro de carros elétricos enfrentou uma verdadeira revolução com a chegada de marcas chinesas. Com preços mais atraentes (a partir de R$ 150 mil) e veículos com maior autonomia, além de muita tecnologia embarcada, os chineses já representam 35% do total de elétricos importados no país. E a expectativa é que este domínio seja ampliado em 2024.
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Chegada de novas marcas chinesas
- No próximo ano, duas novas marcas chinesas de carros elétricos, a Omoda e a Jaecoo, que pertencem ao grupo Chery International, chegarão ao Brasil em operação conjunta.
- Elas vão lançar três modelos e a expectativa é que, assim como os outros chineses, eles tenham preços bastante competitivos.
- Em 2024 e no início de 2025, também devem começar a sair das fábricas da GWM, em Iracemópolis, interior de São Paulo, e da BYD, em Camaçari, na Bahia, respectivamente, os primeiros veículos eletrificados produzidos por essas marcas no país.
- As informações são de O Globo.
Futuro dos carros elétricos
O avanço das marcas chinesas no mercado brasileiro é impressionante.
Eram 0,4% (dos importados) em 2021 e 8% no ano passado. Este ano, o percentual de importados da China deve chegar a 35%, o que significa que um terço dos carros eletrificados do país é comprado dos chineses. Com o início da produção nacional da BYD e da GWM, o impacto será ainda maior.
Murilo Briganti, sócio da consultoria Bright Consulting, especializada no setor automotivo
Segundo a Associação Brasileira de Veículo Elétrico (ABVE), Toyota e Caoa já produzem aqui e têm fatia relevante das vendas. Mas, na importação, até novembro, são 36% de importados chineses.
Uma projeção feita pela Bright Consulting mostra que até 2030, os veículos eletrificados (híbridos e plug in) representarão 10% da frota brasileira, mesmo com a volta do Imposto de Importação sobre elétricos (que subirá gradativamente a partir de janeiro, quando começa em 12%, chegando a 35% em julho de 2026).
Atualmente, esses veículos representam cerca de 0,5% da frota nacional. E os chineses terão impacto grande neste salto.
Os veículos chineses eletrificados atualmente já oferecem autonomia de mais de 200km. Há alguns anos, ela era de apenas 40km, 50km. Com margens mais reduzidas para ganhar mercado, a BYD, por exemplo, trouxe ao Brasil o Dolphin, com preço a partir de R$ 150 mil e autonomia anunciada de 291km.
A BYD trará ao país o Dolphin Mini, no primeiro trimestre, com preço próximo de R$ 100 mil, reduzindo a barreira dos preços. As obras da fábrica da montadora começam em fevereiro, e ela será um espelho da unidade de Changzhou, no distrito chinês de Alta Tecnologia, onde um carro leva em média 4 horas para ser montado.
Na prática, serão três unidades na Bahia — uma de carros elétricos, uma de chassis de ônibus e a terceira de beneficiamento de lítio para fabricação de baterias. Existe a ideia de construir uma fábrica de chassis de ônibus elétricos no Pará, que sediará a 30ª conferência do clima da ONU (COP30), em 2025.
A expectativa é que a produção em Camaçari comece com dois modelos, o Dolphin e o SUV híbrido Song, chegando a 150 mil unidades por ano. Quando as exportações para países vizinhos engrenarem, a fabricação pode chegar a 300 mil unidades.
A Great Wall Motor (GWM) já tinha superado em novembro passado sua meta de vender 10 mil unidades este ano no Brasil. A companhia trouxe o híbrido Haval 6, em abril, e o ORA, 100% elétrico, em setembro, com preços do primeiro entre R$ 215 mil e R$ 315 mil, e do segundo, de R$ 150 mil a R$ 184 mil.
A produção na unidade paulista deve começar na metade de 2024. O investimento da GWM no Brasil será de R$ 4 bilhões até 2026 e R$ 10 bilhões em dez anos.
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