Irmão de repórter e pré-candidato a prefeito assassinado no litoral de SP pede que ‘seja feita Justiça’
Diogo Rodrigues relatou ao g1 que o irmão tinha muitos amigos e conhecidos. Família pede que a polícia exerça sua função e descubra quem está por trás do crime. Enterro do corpo de Thiago ocorre às 9h desta sexta-feira em Guarujá
Reprodução e Marcela Pierotti/TV Tribuna
O corpo do repórter e pré-candidato a prefeito de Guarujá Thiago Rodrigues, executado a tiros durante uma festa, foi sepultado na manhã desta sexta-feira (29) no Cemitério Jardim da Paz, no bairro Morrinhos. Ao g1, o irmão mais novo dele, Diogo Rodrigues, disse que a família quer Justiça pela morte do jovem. Ele definiu o repórter como alguém que amava ajudar e que estava confiante quanto à disputa pela Prefeitura de Guarujá.
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O velório de Thiago Rodrigues contou com a presença do ex-prefeito de Guarujá Farid Madi e a esposa, Haifa Madi. O corpo foi enterrado às 9h, também no Cemitério da Paz.
“Ele era esse rapaz, aí, alegre, sempre tentando ajudar o povo. Além de ser um repórter e ajudar o povo, queria se candidatar a prefeito para estar ajudando com mais eficácia”, comentou o técnico de mecânica de elevador, de 33 anos.
Segundo Diogo, o irmão tinha facilidade de lutar na política e fazer o que podia para ajudar as pessoas. “Sempre estava ajudando com vaga em hospital, correndo atrás no que a população está de mãos atadas”, lamentou.
Eles não se falavam há algum tempo, mas a vítima mantinha contato com a família. Enquanto Thiago vivia no bairro Pernambuco, Diogo morava em Morrinhos. Ele recorda que o irmão tinha muitos amigos e conhecidos. De acordo com ele, Thiago estava bem animado e confiante com a possibilidade de se tornar prefeito de Guarujá.
Pedido por Justiça
O irmão diz que ainda há muitas divergências de informação sobre o momento do crime. “A gente não tem certeza com quem ele tava. Como a gente não estava presente, já teve até duas histórias. O pessoal dizer que chamaram ele lá embaixo, enquanto outras pessoas falam que ele desceu para ir embora”.
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Uma das versões do crime, segundo Diogo, é que uma pessoa teria mandado o irmão descer da festa para olhar a situação do pneu do carro dele. Em seguida, os disparos ocorreram. Porém, segundo o boletim de ocorrência, ainda não é possível saber se o pneu foi furado por uma bala perdida ou realmente estava vazio antes da morte de Thiago.
“Não é a primeira vez que isso acontece aqui, espero que seja a última. Que venha a ser feita Justiça. É a única coisa que a gente quer. Não queremos apontar [dedos], só que a polícia faça o serviço dela e traga Justiça para a gente”.
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Assassinato
O jornalista e empresário Thiago Rodrigues, de 34 anos, foi assassinado a tiros na madrugada desta quinta-feira (28) em Guarujá, no litoral de São Paulo. Ele era pré-candidato a prefeito na cidade pelo partido Rede Sustentabilidade.
O empresário foi alvejado com vários tiros na Rua Caraguatatuba, no bairro Paecara, no distrito de Vicente de Carvalho. No local, ele participava de uma confraternização. Thiago chegou a compartilhar imagens da festa nas redes sociais.
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Segundo o boletim de ocorrência, Thiago estava na festa quando foi chamado para ir até a rua. Ele deixou a casa de eventos acompanhado de um amigo, ainda não identificado. Assim que chegou na via, um ciclista se aproximou dele e efetuou disparos.
O jornalista correu em direção à Rua Solemar, mas caiu durante o trajeto e o atirador foi até ele para atirar mais vezes. Em seguida, o criminoso fugiu em direção à Rua Luís Gama. Ele vestia uma máscara branca, um boné, camiseta e calça.
Quem era Thiago Rodrigues?
Thiago Rodrigues acumulava mais de 10 mil seguidores no Facebook, onde publicava notícias e denúncias da gestão pública de Guarujá. Neste ano, ele anunciou a pré-candidatura a prefeito da cidade pelo partido Rede Sustentabilidade.
Thiago tinha 34 anos e era empresário. Ele se apresentava como jornalista, fundador e repórter na empresa Jornal A Pérola Guarujá. Também já havia atuado como assessor de vereador, prefeito, deputado estadual e deputado federal.
Jornalista independente, ele participou da denúncia sobre irregularidades na área de saúde antes da ‘Operação Nácar’, que apura um esquema de desvio de dinheiro na rede pública de saúde. O prefeito de Guarujá Válter Suman (PSDB) e o secretário de Educação, Marcelo Nicolau, chegaram a ser presos nas investigações.
Em publicações nas redes sociais, Thiago citava nomes de diversos políticos e empresas para denunciar irregularidades relacionadas ao transporte público, saúde, política, entre outros setores. Em determinadas ocasiões, o repórter chegou a relatar casos no Ministério Público (MP) e foi até a Polícia Federal (PF).
Corpo de Thiago Rodrigues é sepultado em Guarujá (SP) nesta sexta-feira (29)
Marcela Pierotti/TV Tribuna
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