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Fóssil de crocodilo pré-histórico é encontrado no interior de SP

Marília, um município do estado de São Paulo que fica a cerca de 440 km da capital, é um local muito próspero para a paleontologia. Lá, já foram encontrados diversos fósseis de dinossauros e outros grandes animais do passado. No fim de maio, mais uma descoberta foi feita na cidade: os restos mortais de um crocodilo pré-histórico.

A ossada foi catalogada pelo paleontólogo Willian Roberto Nava, diretor e curador de fósseis do Museu de Paleontologia de Marília. Primeiro, foi encontrado um crânio pequeno, medindo entre 6 e 7 cm em vista dorsal, em uma rocha às margens de uma rodovia a 20 km do perímetro urbano. Conforme as escavações se aprofundaram, foram descobertas partes do esqueleto, como as vértebras do pescoço, ossos da cintura escapular e uma das patas dianteiras.

Paleontólogo Willian Nava descobriu fóssil em formação às margens de rodovia de Marília (SP) — Foto: Willian Nava/Arquivo pessoal

Análise vai dizer se é uma nova espécie de crocodilo

Em entrevista ao G1, Nava disse que o fóssil provavelmente pertence a um crocodilo da espécie Mariliasuchus, previamente identificada na área, ou talvez a uma espécie diferente.

De acordo com o paleontólogo, se for mesmo um espécime de Mariliasuchus, a localização do fóssil apontará para uma distribuição geográfica mais ampla da espécie, descoberta por ele mesmo.

Nava examina rocha com os fósseis do crocodilo no laboratório do Museu de Paleontologia de Marília. Crédito: Willian Nava/Arquivo pessoal

Ainda segundo Nava, a previsão é de que o fragmento ósseo seja totalmente retirado da rocha até o fim do mês. Então, ele será analisado e, depois, exposto no Museu de Paleontologia de Marília.

Ele descreve como foi a descoberta. “Foi uma inspeção de rotina que eu fiz nas rochas, que haviam sido mexidas e ficaram expostas após as obras de duplicação da rodovia, há cerca de dois anos. Aí nós investigamos o sedimento para ver se ali há algum fóssil, seja qual for”.

Quando o primeiro vestígio de um fóssil foi encontrado, Nava cortou a rocha ao redor para evitar que a ação do tempo o danificasse. Ele levou o fragmento ao laboratório, onde, em um processo quase cirúrgico, removeu os detritos até revelar o crânio completo.

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Por que tantos fósseis são descobertos em Marília?

Um dos fatores que contribuem para a descoberta de tantos fósseis em Marília é o relevo colinoso e acidentado da região. Além de facilitar a localização dos ossos, essa característica também ajuda na preservação dos fósseis. O solo local é rico em carbonato de cálcio, substância abundante nas águas de antigos rios e lagos durante a era dos dinossauros, o que auxilia na conservação dos fósseis.

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“Pelo estudo geológico, sabe-se que a região em que Marília está localizada possuía um clima muito quente e seco”, explica Nava. “Havia muito mais evaporação do que acúmulo de água. Em pequenos rios e lagos, a água evaporava rapidamente e o carbonato de cálcio se concentrava no fundo. Se ali houvesse dinossauros mortos, os ossos eram envoltos por uma película protetora formada pela substância”.

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