Secretário-geral da OEA pede que Maduro aceite derrota nas eleições da Venezuela
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu nesta terça-feira (30) o reconhecimento das atas eleitorais em poder da oposição da Venezuela e que o presidente do país, Nicolás Maduro, reconheça a derrota e abra caminho “para o regresso da democracia”. Em comunicado, a Secretaria-Geral da OEA afirmou que “o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) ainda não conseguiu apresentar a ata pela qual (Maduro) teria vencido, o que neste momento seria risível e patético, se não fosse trágico”. Na opinião de Almagro, “é imperativo” que Maduro aceite as atas da oposição liderada por Edmundo González Urrutia e María Corina Machado, e “consequentemente aceite sua derrota eleitoral e abra o caminho para o regresso da democracia na Venezuela”.
“Caso contrário, seria necessária a realização de novas eleições” com a presença de observadores eleitorais da União Europeia e da OEA, segundo o comunicado. Almagro defendeu também a criação de um novo CNE para reduzir as irregularidades institucionais que, na sua opinião, assolaram o processo que culminou nas eleições do último domingo (28), cujo resultado tem sido questionado por vários países devido à falta de detalhes sobre a apuração. O CNE da Venezuela proclamou a vitória de Maduro com 51,20% dos votos contra 44,20% do opositor Edmundo González Urrutia, com 80% das urnas apuradas e sem desagregar os dados.
A oposição antichavista afirma ter em sua posse as atas emitidas no processo eleitoral e habilitou um motor de busca para mostrá-las aos cidadãos. María Corina Machado garantiu que a oposição majoritária conseguiu obter 73% das atas emitidas nas eleições presidenciais, o que deu a vitória a González Urrutia, com uma diferença “esmagadora”, ao contrário do que foi anunciado pelo CNE. “O manual completo de gestão fraudulenta do resultado eleitoral foi aplicado na Venezuela na noite de domingo, em muitos casos de forma muito rudimentar”, lamentou Almagro.
Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte