Economia

Ibovespa opera em queda após recordes históricos e dólar sobe; juros nos EUA permanecem no radar


No dia anterior, a bolsa brasileira chegou a tocar os 137 mil pontos pela primeira vez e renovou seu recorde de fechamento. O dólar fechou em queda de 0,07%, cotado a R$ 5,4810. Vista do prédio da B3, Bolsa de valores de São Paulo, localizada na região central da capital paulista, nesta sexta-feira (12). O Ibovespa flertou com os 129 mil pontos na máxima do dia, encerrando aos 128.896,98 pontos, em alta de 0,47% na sessão. Foi o quarto avanço semanal consecutivo para o índice da B3, que sobe agora 4,03% no mês, cedendo ainda 3,94% no ano.
GABRIEL SILVA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em queda nesta quinta-feira (22), em um movimento de realização dos lucros dos últimos pregões. Depois de dias de alta, é comum que investidores vendam suas posições na bolsa tentando obter lucros. O dólar opera em alta.
O tema dos juros segue dominando as atenções dos investidores em todo o mundo. O mercado repercute, neste pregão, a ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), enquanto aguarda pelo discurso de Jerome Powell , presidente da instituição, no Simpósio de Jackson Hole.
A ata do Fed mostrou que as autoridades da autarquia devem iniciar o ciclo de corte nas taxas de juros do país já em setembro. Hoje, os juros estão entre 5,25% e 5,50% ao ano e a dúvida do mercado agora é qual será a magnitude dos cortes.
Isso porque alguns dos dirigentes do Fed já queriam promover uma baixa nas taxas na última reunião, no fim de julho, mas a maioria votou por mantê-los no atual patamar. Assim, investidores acreditam que os cortes podem ser maiores do que o esperado anteriormente.
Agora, o mercado espera pelo discurso de Powell em Jackson Hole, na busca por mais pistas do que deve acontecer com os juros americanos nos próximos meses.
Enquanto isso, no Brasil, o clima é de cautela, na expectativa por novos dados de arrecadação federal.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 10h20, o dólar subia 1,35%, cotado a R$ 5,5549. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 0,07%, cotada em R$ 5,4810.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,24% na semana;
recuo de 3,06% no mês;
alta de 12,95% no ano.

Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,33%, aos 136.020 pontos.
Na véspera, o índice fechou em alta de 0,28%, aos 136.464 pontos. Na máxima do dia, chegou a 137.040 pontos. Ambos são recordes, para fechamento ou em meio de pregão.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 1,87% na semana;
avanço de 6,90% no mês;
perdas de 1,70% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?
No fim de julho, o Fed decidiu manter as taxas entre 5,25% e 5,50% ao ano. Mas a ata, divulgada nesta quarta-feira, mostra que “a grande maioria” dos agentes “destacou que, se os dados continuassem a vir de acordo com o esperado, provavelmente seria apropriado flexibilizar a política monetária na próxima reunião”.
E isso aumentou ainda mais o otimismo do mercado com os ativos de risco, como o mercado de ações e mercados de países emergentes, que tendem a se beneficiar de momentos de juros baixos nos Estados Unidos.
A ata do Fed mostra que as autoridades estavam bastante inclinadas a um corte na taxa de juros em setembro, mas “várias delas” estariam até mesmo dispostas a reduzir os custos de empréstimos imediatamente, em julho.
Essa é a linguagem das atas do Fed, em que o grupo de tomadores de decisão são descritos entre “todos”, “a grande maioria”, “vários” etc. Veja abaixo alguns destaques da ata da reunião do Fed de julho:
“a grande maioria” dos agentes “destacou que, se os dados continuassem a vir de acordo com o esperado, provavelmente seria apropriado flexibilizar a política monetária na próxima reunião”;
“muitas” das autoridades consideram a postura dos juros restritiva e “alguns participantes” argumentaram que, em meio a um arrefecimento das pressões inflacionárias, não mudar a taxa básica poderia pesar sobre a atividade econômica;
embora todas as autoridades estivessem de acordo com a manutenção dos juros, “vários” disseram que a redução da inflação em meio a um aumento no desemprego “forneceu um argumento plausível para a redução da meta de 25 pontos-base nesta reunião”;
as autoridades veem o mercado de trabalho como tendo retornado (em grande parte) ao ponto em que estava antes do início da pandemia de Covid-19: “forte, mas não superaquecido”;
um grupo cada vez menor de agentes teme que um afrouxamento prematuro da política monetária possa provocar a retomada da inflação.
Uma queda nos juros dos EUA reduz os rendimentos dos títulos do Tesouro americano (as Treasuries) e força os investidores a tomarem mais risco para terem rentabilidades melhores. Isso beneficia o mercado de ações como um todo e pode desvalorizar o dólar perante outras moedas, já que, neste movimento, dinheiro é retirado do mercado de títulos públicos americano e pode migrar para outros países.
O Fed se esforça para manter a inflação comportada (até julho, a inflação acumulou alta de 3,2%, e a meta do Fed é de 2%), mas também quer evitar que a economia sofra uma paralisação brusca, principalmente depois de dados do mercado de trabalho do país terem vindo mais fracos que o esperado no último mês.
Além da ata desta quarta, o mercado também espera pelo discurso do presidente do Fed, Jerome Powell , na sexta-feira, durante o Simpósio de Jackson Hole, uma convenção que reúne autoridades políticas e econômicas do mundo todo.
Os juros no Brasil também ficam no radar dos investidores, em meio às dúvidas sobre a possibilidade de novos aumentos da taxa Selic pelo BC para controlar a inflação que voltou a acelerar.
“Boa parte do mercado já está acreditando em uma alta da Selic nos próximos meses. Então pode ser que a gente tenha uma taxa mais alta aqui, enquanto nos Estados Unidos a gente vai ter uma taxa mais baixa. Esse diferencial de juros deixa nosso câmbio atraente”, explica Luan Aral, explica Luan Aral, especialista em câmbio da Genial Investimentos.

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