Proibição do X no Brasil afeta mais a imagem do que os lucros
A recente proibição da rede social X, de Elon Musk, no Brasil terá um impacto limitado nos negócios da empresa, conforme revelam informações da Bloomberg.
O X depende mais da América do Sul para crescimento de usuários e influência cultural do que para receitas diretas. O mercado brasileiro representa uma pequena parte das vendas totais do X, com uma receita anual de aproximadamente US$ 80 milhões a US$ 100 milhões em 2021, o que corresponde a cerca de 2% das receitas globais da empresa.
A decisão de fechar o escritório do X no Brasil, em vez de cumprir ordens judiciais para remover contas por disseminação de informações falsas e discurso de ódio, pode ser explicada pelo impacto financeiro modesto do Brasil para a empresa. A ausência de um representante legal no país também ajudou a justificar o banimento pelo ministro Alexandre de Moraes.
Embora a receita do Brasil seja pequena, qualquer perda é significativa para a X, que está lutando para recuperar anunciantes e cumprir suas obrigações financeiras. Grandes anunciantes como Apple e Walt Disney já reduziram ou interromperam seus gastos com a plataforma.
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A situação é agravada pela possível diminuição das receitas dos EUA, que caíram até 50% desde a aquisição por Musk no final de 2022.
A rivalidade entre Musk e o governo brasileiro também se reflete em outras áreas, como na SpaceX, cuja subsidiária Starlink teve suas contas bancárias congeladas, levando ao bloqueio do X. Um porta-voz do X não respondeu a solicitações de comentários sobre a situação.
Quanto o X perde sem o Brasil?
- O impacto cultural da saída do Brasil é mais difícil de quantificar. O país foi um laboratório importante para estudos de comportamento do consumidor e eventos ao vivo.
- Ex-funcionários lembram como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 moldaram a visão da empresa sobre eventos ao vivo.
- A eMarketer estima que o X tem pouco mais de 40 milhões de usuários mensais no Brasil, com uma queda projetada de 6% nos próximos dois anos.
Enquanto isso, o Bluesky, um concorrente descentralizado que foi financiado pelo ex-CEO do antigo Twitter, Jack Dorsey, já convive um aumento de mais de dois milhões de novos usuários em três dias após a proibição do X no Brasil.
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