Após prisão de CEO, Telegram sinaliza que vai moderar grupos privados
Silenciosamente, empresa alterou seu FAQ para informar que os usuários podem ‘sinalizar conteúdo ilegal para nossos moderadores’. Anteriormente, app dizia que não tinha esse processo. Pavel Durov, fundador do Telegram
Instagram/Reprodução
O Telegram fez uma alteração em seu FAQ para informar que pode moderar conteúdos em canais (grupos) privados caso receba denúncia de algum usuário.
A mudança ocorre quase duas semanas depois de o CEO do app, Pavel Durov, ter sido preso sob a alegação de que o Telegram se recusa a colaborar com investigações, o que contribui para a prática de crimes como abuso sexual infantil, tráfico de drogas e fraude, dentro da plataforma.
Durov se pronunciou ontem pela primeira vez após a prisão. Em um texto divulgado em seu canal no app, ele afirmou que estava trabalhando para evitar que “criminosos abusem da plataforma”, que, segundo ele, tem hoje 950 milhões de usuários.
Na quinta-feira (5), em resposta à pergunta “Há conteúdo ilegal no Telegram. Como faço para retirá-lo?”, a empresa dizia:
“Todos os bate-papos do Telegram e bate-papos em grupo são privados entre seus participantes. Não processamos nenhuma solicitação relacionada a eles”
Já nesta sexta-feira (6), o aplicativo de mensagens informa outra coisa:
“Todos os aplicativos do Telegram têm botões ‘Denunciar’ que permitem sinalizar conteúdo ilegal para nossos moderadores – com apenas alguns toques.”
O g1 confirmou as alterações, que foram inicialmente reveladas pelos sites especializados The Verge e TechCrunch. A reportagem também percebeu que essas mudanças só estão disponíveis no FAQ em inglês do Telegram.
Na versão em português ainda está o texto anterior, que informa que a empresa não processa nenhuma moderação. O g1 entrou em contato com o Telegram para saber se a mudança é global e aguarda retorno.
Alterações realizadas no FAQ do Telegram
Reprodução/Telegram
Pavel Durov se pronuncia
Também nesta quinta, Durov se manifestou pela primeira vez após ficar preso por quatro dias na França. Ele disse que a acusação de que a plataforma contribui para a prática de crimes foi “surpreendente por vários motivos” e feita com a “abordagem equivocada”.
“As alegações em alguns veículos de que o Telegram é uma espécie de paraíso anárquico são absolutamente falsas”, disse Durov, que também citou a derrubada de milhões de postagens na plataforma, a publicação de relatórios de transparência.
Durov também adiantou que faria melhorias de segurança em sua plataforma. “O aumento abrupto do Telegram na contagem de usuários para 950 milhões causou dores de crescimento que tornaram mais fácil para os criminosos abusarem de nossa plataforma”, disse.
“É por isso que fiz meu objetivo pessoal garantir que melhorássemos significativamente as coisas a esse respeito. Já iniciamos esse processo internamente e compartilharei mais detalhes sobre nosso progresso com você em breve”, completou.
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