Economia

Consórcio ou financiamento? Entenda a diferença entre os dois e saiba como escolher a melhor opção


Especialistas afirmam que é necessário planejamento financeiro para entender se objetivos são de curto, médio ou longo prazo. Planejamento financeiro.
DIvulgação
Aqueles que pretendem comprar a casa própria, um carro novo ou até mesmo fazer um procedimento estético ou de saúde que fuja um pouco do orçamento, podem escolher entre procurar um financiamento ou ir em busca de um consórcio.
Com diferenças significativas de prazo e taxas contratadas, especialistas consultados pelo g1 afirmam que a escolha entre as modalidades passa por um planejamento financeiro, e depende da demanda do consumidor naquele momento.
Entenda nesta reportagem:
O que é e para que serve um financiamento?
O que é e para que serve um consórcio?
Financiamento ou consórcio: qual a principal diferença?
Como escolher a melhor opção?
O que é e para que serve um financiamento?
O financiamento é um tipo de contrato de crédito estabelecido entre pessoas (físicas ou jurídicas) e instituições financeiras, e serve para permitir a aquisição de bens que não poderiam ser comprados à vista.
Diferentemente dos empréstimos, que podem ser usados para qualquer finalidade, os financiamentos são voltados para fins específicos, como a compra de um imóvel ou de um veículo, por exemplo.
Além disso, é normal que no financiamento, o bem a ser financiado também sirva como garantia do crédito — ou seja, podem ser tomados pela instituição financeira nos casos extremos de inadimplência.
Em ambos os casos, no entanto, uma taxa de juros é cobrada do mutuário. Essas taxas podem variar a depender de fatores como o nível da taxa básica de juros (Selic), a demanda pelo crédito, o risco de inadimplência do tomador, a atual conjuntura econômica, entre outros.
O que é e para que serve um consórcio?
De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (ABAC), o consórcio é uma modalidade de compra baseada na formação de grupos de pessoas ou empresas, com a finalidade de formar uma poupança também para a aquisição de bens móveis, imóveis ou serviços.
Nesse sistema, o valor do bem ou serviço é diluído em um prazo pré-determinado, e todos os integrantes do grupo contribuem com um valor mensal durante esse período.
Mensalmente, ou conforme estipulado em contrato, a administradora contempla alguém do grupo, por sorteio ou lance, com o crédito no valor do bem ou serviço contratado. Essa dinâmica se estende até que todos sejam atendidos.
Financiamento ou consórcio: qual a principal diferença?
Segundo especialistas consultados pelo g1, a principal diferença entre os financiamentos e os consórcios está nas taxas pagas às instituições e na demora para que o consumidor consiga os recursos.
“O consórcio não tem juros, o consumidor só paga uma taxa de administração, o que faz com que o montante inicial [a ser pago] seja menor”, explicou o diretor-executivo de habitação da Caixa Econômica Federal, Rodrigo Wermelinger.
“Mas, ao mesmo tempo, a compra também não pode ser imediata, porque ele precisa participar de lances ou eventualmente esperar ser contemplado. Já o financiamento é algo mais imediato”, acrescentou.
Enquanto as taxas de administração dos consórcios podem variar de 10% a 25% ao ano, dados do Banco Central do Brasil (BC) indicaram que as taxas médias de juros totais ficaram em 27,6% ao ano em junho.
De acordo com Tatiana Schuchovsky Reichmann, presidente da Ademicon, o consórcio e o financiamento acabam sendo produtos complementares para o consumidor.
“São produtos que não competem, mas que se complementam, porque atendem objetivos diferentes em momentos diferentes da vida do consumidor”, afirmou a executiva.
Como escolher a melhor opção?
Para especialistas, a escolha entre o financiamento e o consórcio precisa passar por uma avaliação do orçamento e por um planejamento financeiro.
Segundo Simone Carvalho Santos, presidente do Grupo NanoCapital, além de organizar as finanças atuais, considerando receitas e despesas para entender quanto do orçamento está disponível para abraçar novas dívidas, esse planejamento também deve traçar objetivos de curto, médio e longo prazo.
“Dessa forma, o consumidor sabe quando pretende alcançar seus planos e pode definir qual é a melhor opção. Se seu objetivo é adquirir um imóvel ou um carro e você tem tempo para se organizar no médio prazo, talvez a melhor opção seja o consórcio. Já se você tem uma necessidade mais imediata, o financiamento é o ideal”, disse a executiva, que é também economista e planejadora financeira.
Outro ponto citado pelos especialistas é a necessidade de atenção para o valor das parcelas a ser pago, para evitar uma possível inadimplência. Do lado dos consórcios, a presidente da Ademicon alertou que é preciso lembrar que, mesmo depois de contemplado, o cliente ainda precisa terminar de pagar as parcelas do consórcio até o final.
“Você precisa entrar no consórcio com um planejamento lógico e racional e sem expectativa de velocidade, porque não necessariamente você será o primeiro a ser contemplado. Além disso, um segundo cuidado é pesquisar informações sobre as administradoras em busca de uma confiável e buscar uma parcela que caiba no bolso”, disse Reichmann.
Por fim, os especialistas ainda reforçaram a necessidade de buscar a instituição financeira ou a administradora de consórcio em caso de dificuldade de pagamento, uma vez que já existem várias opções no mercado de renegociação ou de pausa das parcelas.
“A grande dica é planejamento financeiro, porque não adianta pagar um consórcio se a pessoa está endividada ou se não tem uma reserva de emergência. É importante que o consumidor entenda seu orçamento e em qual momento está na vida para não entrar em problemas depois”, completou Carvalho, da NanoCapital.

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