Menino de 2 anos quebra o fêmur em creche e mãe critica conduta na unidade no litoral de SP
Caso ocorreu na creche municipal Carlos Mayer Filho, em Itanhaém (SP). Procurada, a prefeitura disse que abriu processo de sindicância para apuração do caso. Menino, de 2 anos, quebrou o fêmur ao cair após ser empurrado por outra criança em creche municipal de Itanhaém, SP
Arquivo Pessoal
Uma criança de 2 anos quebrou o fêmur após ser empurrada por um colega em uma creche municipal de Itanhaém (SP), no litoral de São Paulo. Ao g1, a mãe, Ana Paula Monteiro, contou que os profissionais da unidade não prestaram socorro ao filho. Ela disse só ter recebido uma mensagem da escola, informando que o menino chorava muito.
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O caso ocorreu na creche Carlos Mayer Filho, no bairro Savoy, na manhã do dia 20 de agosto. A Prefeitura de Itanhaém disse que abriu processo de sindicância para apuração do caso (veja mais abaixo).
De acordo com a mãe, ao chegar na creche, ela encontrou o filho chorando, apenas de fralda e camiseta. Ana Paula ressaltou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também não havia sido acionado, e precisou levar o filho a uma unidade de saúde em um carro de aplicativo.
“Não prestaram socorro, o correto seria terem ligado no Samu e terem encaminhado meu filho para atendimento rápido”. De acordo com a mãe, uma das profissionais informou que uma criança diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) estava correndo e empurrou o menino.
“A criança é quase o dobro do tamanho dele, veio correndo, o empurrou e ele caiu com as pernas abertas. Elas [funcionárias] pegaram meu filho e não chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)”, disse a mãe.
Ana Paula levou o filho à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) infantil, mas, como o equipamento que faz Raios X estava quebrado, foi até uma unidade destinada aos adultos. O exame constatou que o menino havia fraturado o fêmur.
“Engessaram meu filho e falaram que teria que ficar [assim], no mínimo, por dois meses. A coordenadora da creche tirou o corpo fora, jogou a culpa na criança que empurrou meu filho”, afirmou a mãe da vítima.
De acordo com a mãe, as professoras da creche pediram para que ela não compartilhasse o ocorrido no grupo com os demais pais. “A educação está uma porcaria. Eles estão pouco se lixando e colocam qualquer pessoa despreparada. […] são 12 crianças para 4 pessoas [cuidarem]”.
Ela afirmou que a criança que empurrou o filho já apresentava sinais agressivos e que isso deveria ter sido um motivo a mais para que as professoras redobrassem a atenção. “Não estou culpando a criança. Meu filho tem a mesma idade, mas foi erro das tias e da coordenação”.
Revolta
Menino, de 2 anos, quebrou o fêmur ao cair após ser empurrado por outra criança em creche municipal de Itanhaém, SP
Arquivo Pessoal
No dia seguinte, Ana Paula retornou à creche questionando a mensagem e não uma ligação. Segundo ela, agora ficará sem trabalhar para cuidar do filho com o apoio da irmã.
“Em nenhum momento me deram suporte. Sou autônoma e vou ficar praticamente dois meses cuidando do meu filho. Ninguém da prefeitura se manifestou, [só] falaram que iam abrir um procedimento interno”, afirmou.
Após o menino ser engessado, Ana Paula precisou acionar o Samu para levá-lo ao hospital, pois estava com muita dor. “Foi medicado, ficou em observação e deram até Diazepam [calmante] porque ele não conseguia dormir”.
A mãe afirmou que ninguém na escola se responsabiliza pelo ocorrido. “Estou muito revoltada com a creche, com a prefeitura. Estão agindo como se nada tivesse acontecido”.
O caso foi registrado como lesão corporal no 3° Distrito Policial (DP) de Itanhaém e encaminhado ao 1° DP, responsável pela área dos fatos, para investigação.
O que disse a Prefeitura?
Além de abrir o processo de sindicância para apurar os fatos e responsabilidades, a prefeitura, por meio da secretaria de Educação, Cultura e Esportes, afirmou prestar total apoio à família, tendo inclusive se reunido com a mãe e gestores da escola para esclarecimentos iniciais.
A administração municipal lamentou o ocorrido e afirmou que os funcionários recebem treinamento referente à Lei Lucas (primeiros socorros).
Menino, de 2 anos, quebrou o fêmur ao cair após ser empurrado por outra criança em creche municipal de Itanhaém, SP
Reprodução/Redes Sociais e Arquivo Pessoal
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