Venda de ar-condicionado sobe 83% com onda de calor
Segundo o Observatório do Clima da União Europeia, o ano de 2024 pode se tornar o mais quente já registrado. No Brasil, de norte a sul, as pessoas já procuram alternativas para amenizar a sensação de calor. O esfriamento artificial é uma necessidade cada vez maior e tem alavancado os números da indústria de ar-condicionado. O chamado conforto térmico se torna cada vez mais essencial. O Brasil é o segundo maior produtor de ar-condicionado do mundo. As vendas do aparelho cresceram cerca de 83% nos primeiros seis meses de 2024, com mais de 2.790.000 unidades vendidas nesse período, de acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos. O presidente executivo da entidade, Jorge Nascimento, avalia que há espaço para crescimento, mas que é necessário melhorar a política industrial e o processo produtivo básico para tornar o produto mais acessível e eficiente no consumo de energia.
A associação informa que o equipamento está presente em apenas 17% dos lares brasileiros, sendo considerado um produto de custo elevado, impactando principalmente na conta de energia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) informou que, neste mês de setembro, passará a vigorar a bandeira vermelha patamar 1, acarretando um acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. O professor de mercados de energia da USP, Eric Rego, explica que durante a noite a demanda energética tem se tornado maior, especialmente pelo fato de que não há atuação da energia solar nesse período.
Para evitar contas muito elevadas com ar-condicionado, o especialista sugere que não é necessário manter a temperatura a 21 °C, pois um bom conforto térmico pode ser alcançado a 23 °C, o que representa um consumo de energia menos intensivo. A expectativa é de que a venda de ar-condicionado aumente neste próximo verão.
Publicado por Luisa Cardoso