Guarujá

Cliente que matou segurança de balada a tiros irá a júri popular com amigo acusado de participar do crime; VÍDEO


Gustavo Adolfo Lopes de Oliveira de Carvalho foi alvo de pelo menos cinco disparos e morreu em Itanhaém (SP). Gustavo Adolfo foi morto a tiros enquanto trabalhava como segurança de balada em Itanhaém (SP)
Redes sociais e Reprodução
Leony Lors Defeu, o cliente que matou o segurança de uma balada com diversos tiros, irá a júri popular junto com Rafael Rondi de Moraes, que o ajudou na fuga do crime em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Imagens de câmeras de monitoramento flagraram o crime (veja o vídeo abaixo). A data do julgamento da dupla ainda não foi divulgada.
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Os homens foram detidos pela Guarda Civil Municipal (GCM) momentos após a execução de Gustavo Adolfo Lopes de Oliveira de Carvalho, de 33 anos, em junho do ano passado. A confusão, que resultou no crime, ocorreu dentro e fora do bar Estação Chopp, no Centro de Itanhaém.
Segurança morre após ser alvejado em porta de balada no litoral de SP
Leony foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pelo homicídio qualificado de Gustavo e tentativa de homicídio de uma outra cliente que foi atingida por um dos disparos. Rafael também foi alvo das acusações, pois teria cooperado para os crimes.
A Justiça acatou a denúncia e, em sentença publicada neste mês, o juiz Rafael Vieira Patara deferiu a pronúncia de Leony e Rafael. Isso significa que a Justiça entendeu que há materialidade do crime e existência de indícios suficientes de autoria ou participação dos acusado.
Sendo assim, a dupla será submetida ao júri popular, que ainda não tem data definida. O juiz ainda decidiu que os réus não poderão recorrer em liberdade.
O advogado Alexander Neves Lopes representa a família da vítima e atuará como assistente de acusação no julgamento, que ele considera uma fase importante do processo.
Ainda segundo Alexander, os envolvidos poderão selecionar cinco testemunhas para serem ouvidas em plenário. “A família de Gustavo não pretende e nem busca vingança, somente um julgamento justo e a condenação dos acusados”, disse Alexander.
O crime
O bar Estação do Chopp realizava o evento ‘Noite dos Solteiros’ e os suspeitos estavam na festa. Porém, eles foram embora após participarem de uma confusão no piso superior (assista abaixo).
Apesar disso, a dupla retornou ao bar e foi impedida de entrar por Gustavo, pois o evento já estava no fim. Sendo assim, Rafael e Leony passaram a discutir com o segurança na porta da balada.
Nas imagens de monitoramento do comércio, é possível ver que Gustavo deu um empurrão em Leony, que sacou uma arma e atirou contra ele, ainda perto da entrada do estabelecimento.
Homem que matou segurança na porta de balada no litoral de SP se envolveu em briga antes
Depois, Leony entrou no bar com uma latinha de bebida na mão e atirou outras várias vezes na direção do segurança, que já estava caído no chão. Em seguida, ele fugiu com Rafael em um carro cinza.
Além do segurança que morreu no local, uma mulher que estava por perto teve o pé atingido por um disparo. “Eu estava bem atrás. Se o segurança desviasse, viria em mim num lugar fatal. Poderia ter sido eu”, disse a vítima, na época dos fatos.
Fuga e prisão
Câmeras de monitoramento mostram fuga e perseguição de homem que matou segurança
Imagens de câmeras de monitoramento da Prefeitura de Itanhaém mostram o momento em que Leony fugiu após matar a tiros o segurança. Nas imagens, obtidas pelo g1, o criminoso aparece acompanhado do amigo Rafael, que dirigiu o veículo da fuga (assista acima).
A equipe da Ronda Ostensiva Municipal (ROMU), da Guarda Civil Municipal, estava em patrulhamento na região quando foi acionada para o caso. No bar, testemunhas apontaram o veículo em que os criminosos fugiram. A equipe seguiu o carro, que estava em alta velocidade e não obedeceu as ordens de parada.
Mesmo assim, a dupla foi abordada pelos guardas na Rua Octaviano Albuquerque. Leony estava no banco do passageiro e dispensou um revólver calibre 38. Ele ainda resistiu à abordagem dos guardas municipais, que precisaram usar força para contê-lo e algemá-lo.
O motorista foi identificado como Rafael. Segundo a GCM, ele não soube dizer o que aconteceu, pois estava com a fala desconexa e confusa, aparentando embriaguez. A dupla foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para exames médicos e, em seguida, conduzida ao 1º DP de Itanhaém.
‘Pai, fica comigo’, disse filha de segurança no dia do crime
A família do segurança havia pedido a ele que não fosse trabalhar no dia do crime. A esposa da vítima, Rafaela Camila Domiciano de Souza de Carvalho, contou que ela e a filha queriam Gustavo em casa.
“Eu não queria que ele fosse naquele dia. Queria que ficasse com as meninas [filhas]. Minha filha mais nova foi até o carro e falou: ‘Pai, fica comigo’. Ele respondeu: ‘Filha, papai tem que trabalhar’. E ela nem é de fazer isso”, contou a técnica de enfermagem. Rafaela foi casada com Gustavo por 15 anos e o casal teve duas filhas, de 6 e 11.
Esposa de segurança morto em balada no litoral de SP pediu para ele não trabalhar no dia do crime: ‘não queria que fosse’
Arquivo Pessoal
Líder de igreja
Gustavo era presbítero de uma igreja na cidade – líder da congregação cristã. Na época do crime, o pastor Moisés Ribeiro contou ao g1 que o segurança era seu braço direito na Igreja Apostólica Um Novo Cântico.
“Ajudava a dirigir os cultos, a fazer uma parte de louvor e adoração […]. Tomava conta da igreja junto com a família quando eu precisava sair”, disse.
Gustavo, de azul, aparece ministrando o culto na Igreja Apostólica Um Novo Cântico.
Arquivo Pessoal/Moisés Ribeiro
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