Tecnologia

Teste de arma “superpoderosa” da Rússia teria falhado

Imagens de satélite captadas pela Maxar Technologies no dia 21 de setembro revelaram uma cratera de cerca de 60 metros de largura no norte da Rússia. Segundo a empresa, o buraco não estava lá no início do mês, o que gerou uma série de teorias. Uma delas diz que a cratera é resultado de testes realizados pelo regime de Vladimir Putin com uma nova superarma.

“Satan II” foi projetado para atingir alvos a milhares de quilômetros de distância

  • Essa hipótese ganha força em função do próprio presidente da Rússia já ter confirmado que o RS-28 Sarmat, também chamado de “Satan II”, estava quase concluído.
  • A arma é um míssil balístico intercontinental de combustível líquido desenvolvido pelos russos como um substituto para o SS-18 da era soviética.
  • Ela foi projetada para lançar ogivas nucleares e atingir alvos a milhares de quilômetros de distância nos Estados Unidos ou na Europa.
  • No entanto, o desenvolvimento da superarma foi prejudicado por atrasos e contratempos.
  • Após a declaração de Putin, no final do ano passado, alguns testes supostamente teriam falhado.
  • Analistas apontam que um novo experimento seria realizado no Cosmódromo de Plesetsk, exatamente onde a cratera foi identificada.
Cratera identificada por imagens de satélite no norte da Rússia (Imagem: Maxar Technologies)

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Sucessivas falhas levantam sérias questões sobre a viabilidade da arma

Especialistas explicam que o surgimento de enormes buracos após testes de armas não são uma boa notícia. Isso significaria que o teste falhou.

Pavel Podvig, analista baseado em Genebra, na Suíça, afirmou que “houve um incidente sério com o míssil e o silo”, em entrevista à Reuters. O especialista nuclear do Carnegie Endowment for International Peace, James Acton, concorda. Segundo ele, no entanto, não está claro o que teria dado errado com a arma.

Já Timothy Wright, pesquisador associado do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, em Londres, destacou que a destruição da área imediatamente ao redor do silo de mísseis pode ser explicada por uma falha logo após a ignição. Uma causa possível é que o propulsor não conseguiu acender corretamente ou sofreu uma falha mecânica, fazendo com que o míssil caísse de volta ou pousasse próximo ao silo e explodisse, disse ele.

O míssil nuclear da Rússia conta com sistema autônomo para evitar detecção (Imagem: reprodução/TASS)

De qualquer forma, os analistas ouvidos parecem ser unânimes ao afirmar que este é um grande revés para o governo russo. De acordo com eles, as sucessivas falhas levantam sérias questões sobre a viabilidade do “Satan II”. O governo da Rússia não se manifestou oficialmente sobre o assunto.

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