Vai sair com criança? Confira dicas para um passeio seguro
O g1 reuniu orientações para garantir experiência tranquila após o alerta gerado pela morte do menino de dois anos, que saiu correndo de um restaurante e acabou atropelado por um carro em Guarujá (SP). Criança de dois anos morre atropelada após sair correndo de restaurante no litoral de SP
Uma criança de dois anos morreu após sair correndo de um restaurante e ser atingida por um carro em Guarujá, no litoral de São Paulo. A situação acende um alerta sobre os cuidados necessários a todo instante quando se está com uma criança na rua.
O g1 conversou com um conselheiro tutelar que prestou orientações sobre como agir para evitar situações de riscos. Profissional da área atuam para zelar pelos direitos de crianças e adolescentes, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Além dele, a equipe de reportagem ouviu advogados sobre possíveis consequências penais aos responsáveis em casos semelhantes.
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O conselheiro tutelar Anderson Paixão explicou a importância da prevenção e a necessidade da atenção redobrada ao frequentar locais públicos com crianças.
“Ensine a memorizar informações básicas. Se a criança já tem idade suficiente, ensine-a a memorizar o número de telefone dos pais ou responsáveis e o seu nome completo para facilitar a localização em caso de emergência”, disse Anderson, que dá outras orientações:
✅Vigilância constante: Crianças devem estar sempre sob supervisão direta de um adulto em ambientes comerciais. Estabelecimentos grandes, como shoppings e supermercados, podem ser locais de risco para desaparecimentos ou acidentes
✅Conversa e orientação: Antes de sair de casa, converse com a criança sobre a importância de não se afastar. Oriente-a sobre o que fazer caso se perca, como procurar um funcionário do estabelecimento ou ficar em um ponto fixo, como um balcão de informações
✅Identificação visível: Coloque uma identificação visível na criança, com nome e telefone de contato dos pais ou responsáveis. Essa pode ser uma medida útil caso a criança se perca
✅Evite multidões: Em dias de grande movimento, como promoções ou feriados, a chance de acidentes ou desencontros aumenta. Redobre a atenção e, se possível, evite esses períodos para sair com crianças
✅Cuidado com estranhos: Ensine a criança a não falar com estranhos ou aceitar ajuda de pessoas desconhecidas. Oriente-a a pedir ajuda apenas a funcionários identificados do estabelecimento.
De acordo com ele, também é importante evitar distrações com aparelhos eletrônicos, pois o uso excessivo na presença de crianças pode diminuir a atenção e aumentar o risco de incidentes.
“Mantenha a atenção plena na criança ao circular em estabelecimentos. Distrações com celular ou compras podem permitir que a criança se afaste rapidamente sem que você perceba”, explicou.
Analisar com humanidade
Imagem mostra o momento em que menino de 2 anos saiu correndo de restaurante em Guarujá (SP)
Reprodução
O advogado Fabricio Posocco analisou o caso do menino de 2 anos, que foi atropelado em morreu em Guarujá. Segundo ele, em uma ocorrência de homicídio culposo na direção de veículo, como a que foi registrada, o motorista não teve a vontade livre e consciente de cometer o acidente.
“[O condutor] não assumiu o risco de estar em alta velocidade, ter bebido, por exemplo, o que poderia ocasionar uma situação como essa”, afirmou o profissional.
Em relação ao pai, com base nas imagens, o advogado acredita ter se tratado de um acidente imprevisível. “As pessoas que agem com culpa agem com negligência, imperícia ou imprudência. Nesse caso objetivo, eu acho que o pai não agiu com culpa e o estabelecimento também não”, disse.
Ao g1, a advogada Luiza Fernandes disse que a questão deve ser analisada com extrema cautela e, acima de tudo, com humanidade. Porém, ressaltou que os pais ou responsáveis por cuidar de uma criança têm o dever legal de vigilância.
“Em casos de abandono de incapaz que resultem em morte, a lei prevê responsabilidade criminal, com pena de reclusão de 4 a 12 anos, conforme o art. 133 do Código Penal”, disse ela.
De acordo com a advogada, se for o caso de um pai que estava presente, mas não agiu para evitar a tragédia, a omissão é considerada a causa direta do resultado da morte. “Por outro lado, em casos de fatalidades como este, os tribunais podem aplicar a teoria da proporcionalidade na avaliação de uma eventual punição”, disse.
Ela acrescentou: “Isso ocorre porque o impacto psicológico sobre o responsável (neste caso, o pai) pode ser tão profundo que, em determinadas circunstâncias, ele pode ser considerado isento de responsabilidade criminal pelo ocorrido”.
O caso
Criança morreu após ser atropelada em Guarujá (SP).
Reprodução
O menino morreu na Avenida Santos Dumont, no Sítio Paecara, na tarde de sábado (28). O caso foi registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor, ou seja, sem intenção de matar, na Delegacia de Polícia Sede de Guarujá.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o pai da vítima contou que o menino soltou a mão dele e correu para a rua, onde foi atingido pelo veículo. Um vídeo de monitoramento mostra o momento em que a criança corre e testemunhas se mobilizam para ajudar.
De acordo com as imagens de monitoramento, várias pessoas que estavam no local reagiram em choque, colocando as mãos na cabeça ao presenciar o acidente (veja acima).
Em nota, a Prefeitura de Guarujá informou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para atender o atropelamento da criança, que estava gravemente ferida e em parada cardiorrespiratória.
A administração municipal informou que a criança recebeu os primeiros socorros e foi encaminhada para o pronto-socorro de Vicente de Carvalho, onde, após tentativas de reanimação, não resistiu e morreu.
Conforme apurado pela reportagem, a Polícia Militar também foi acionada para a ocorrência. O g1 tentou, mas não conseguiu contato com o restaurante até a última atualização desta reportagem.
Câmera registra a reação das pessoas ao verem reação de menino que saiu correndo ser atropelado, em Guarujá
Reprodução
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