Economia

Dólar opera em alta e bate R$ 5,59, com avanço da inflação brasileira; Ibovespa cai


No dia anterior, a moeda norte-americana teve alta de 0,86%, cotada a R$ 5,5322. Já o principal índice de ações da bolsa caiu 0,38%, aos 131.512 pontos. Cédulas de dólar
John Guccione/Pexels
O dólar opera em alta nesta quarta-feira (9), com investidores de olho nos novos dados de inflação do Brasil, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em baixa.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,44% em setembro, levemente abaixo das expectativas do mercado financeiro, de alta de 0,46%. A alta foi puxada pela disparada da energia elétrica residencial.
A conta de luz ficou mais cara no mês passado por conta da mudança da bandeira tarifária, que passou de verde para vermelha patamar 1, adicionando uma cobrança a mais de R$ 4,46 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos pelas famílias.
A bandeira vermelha foi ativada como consequência das secas que atingem o país e encarecem a produção de energia pelas hidrelétricas. A estiagem também impactou na produção e nos preços dos alimentos, com destaque para as frutas cítricas e carnes.
No exterior, atenção com dados econômicos e posicionamentos de autoridades monetárias nos Estados Unidos, além de cautela com a guerra no Oriente Médio.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
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Dólar
Às 12h45, o dólar subia 0,87%, cotado a R$ 5,5801. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,5901. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,86%, a R$ 5,5322.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,41% na semana;
avanço de 1,57% no mês;
ganho de 14,01% no ano.

O
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,85%, aos 130.391 pontos.
No dia anterior, o índice caiu 0,38%, aos 131.512 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,21% na semana;
perdas de 0,23% no mês;
recuo de 1,99% no ano.

O que está mexendo com os mercados
O destaque deste pregão fica com os novos números da inflação brasileira, divulgada pelo IBGE.
Esse é o primeiro IPCA depois da mudança da bandeira tarifária de energia elétrica, por conta da grave seca que atinge o Brasil, e a conta de luz foi o item que mais pesou sobre a inflação, com alta de 5,36%.
Também, os preços dos alimentos voltaram a subir, reflexo da estiagem que atinge lavouras e pastagens de gado. As maiores altas dos alimentos em setembro vieram do limão (30,41%), mamão (10,34%) e tangerina (10,27%), além do preço das carnes, que subiu, em média, 2,97%, na maior alta desde dezembro de 2020.
“Questões climáticas, ausência de chuvas, clima mais seco, forte estiagem (que afetam a pastagem) contribuíram para essa alta das carnes no mês de setembro”, disse André Almeida, gerente da pesquisa.
Luis Otavio Leal, economista-chefe da G5 Partners, avalia que o grupo ‘Alimentação no domicílio’ será uma “dor de cabeça” para o IPCA do final do ano, “principalmente por conta do grupo de ‘Carnes’, que já sobre mais de 6,00% no atacado, e tem um peso relevante no índice geral (2,35%). Até por isso, subimos a nossa projeção para o IPCA no final do ano de 4,40% para 4,60%, com viés de alta”.
Os pesquisadores do IBGE destacaram que boa parte do avanço inflacionário do mês foi puxado pelos preços monitorados — ou seja, os preços de itens que são definidos pelo setor público ou por contratos, como energia elétrica.
Já a inflação de serviços, que é a que o Banco Central do Brasil (BC) consegue controlar com o aumento de juros, desacelerou em setembro, passando de uma alta mais acentuada, de 0,24%, em agosto para alta de 0,15% no mês passado.
Ainda assim, o mercado continua esperando novas altas da Selic, taxa básica de juros. Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) já elevou a taxa em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano.
Segundo Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, um ponto importante para a análise sobre os juros é o crescimento robusto da economia. “Embora esse crescimento seja positivo para a atividade doméstica, pode gerar pressões inflacionárias ou retardar o ritmo de desaceleração”, afirmou.
“Diante de uma atividade econômica mais forte do que esperado, de uma inflação que deve terminar o ano próximo da banda superior da meta, de expectativas de inflação desancoradas e uma taxa de câmbio acima de R$ 5,50, o BC deve continuar o ciclo de ajuste da taxa de juros”, disse Sung.
Já no exterior, os investidores monitoram dados e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para ter novas pistas sobre os próximos passos da instituição em seu ciclo de corte de juros.
Após os dados fortes do mercado de trabalho divulgados no país na última semana, a maior parte dos investidores já passou a prever uma redução no ritmo de cortes de juros pelo BC norte-americano.
Segundo a ferramenta FedWatch do CME Group, o mercado projeta uma chance de 88,7% de o Fed cortas as taxas em apenas 0,25 ponto percentual (p.p.). Há uma semana, a maioria dos investidores previa um corte de 0,50 p.p.. Atualmente, os juros dos EUA estão no intervalo entre 4,75% e 5%.
Ainda no exterior, a escalada dos conflitos no Oriente Médio segue na mira dos investidores. Nos últimos dias, o Líbano tem sido alvo de bombardeios aéreos de Israel, que mira alvos do grupo extremista Hezbollah.
Os ataques têm atingido também civis, e dois cidadãos brasileiros já morreram desde a intensificação dos combates, a partir do dia 20 de setembro.
Na madrugada do último sábado (5), as Forças de Defesa de Israel tentaram uma nova operação por terra. Hezbollah disse que militares israelenses tentaram se infiltrar em uma cidade do sul do Líbano, o que resultou em conflitos armados. Além disso, Beirute voltou a ser bombardeada.
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*Com informações da agência de notícias Reuters.

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