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cientistas encontram primeiro caso de leucismo em tubarão raro


Um raro tubarão de um branco fantasmagórico foi descoberto próximo à Ilha Sazan, na Albânia. Trata-se do primeiro registro de leucismo em tubarões-ásperos-angulares, uma espécie criticamente ameaçada que vive em águas profundas do Oceano Atlântico.

Geralmente, os tubarões-ásperos-angulares (Oxynotus centrina) são de uma cor marrom-acinzentada escura ou até preta, com manchas escuras na cabeça e nas laterais. Essa cor escura é importante para ajudá-los a se misturar ao ambiente num clássico exemplo de mimetismo.

No entanto, o espécime encontrado “era notavelmente pálido com manchas quase esbranquiçadas na cauda, ​​mas os olhos mostravam pigmentação retiniana normal”, explicou Andrej Gajić, diretor do Sharklab ADRIA, ao Live Science.

Ou seja, com essas características, o tubarão encontrado apresenta leucismo, uma condição genética que reduz a pigmentação, mas mantém a coloração normal dos olhos. Em contrapartida, no albinismo os animais não têm melanina e possuem íris vermelhas.

Esta comparação mostra a pele de um tubarão-áspero-marrom-angular comum e do tubarão leucístico
Esta comparação mostra a pele de um tubarão-áspero-marrom-angular comum e do tubarão leucístico. Imagem: Andrej Gajić (Sharklab ADRIA) / Divulgação

Pontos-chave da descoberta

  • Condição genética rara: o tubarão possui leucismo, que, ao contrário do albinismo, permite alguma produção de melanina, mas em quantidade reduzida.
  • Impacto na sobrevivência: embora a falta de pigmentação possa tornar o tubarão mais visível para predadores e presas, não parece afetar significativamente sua capacidade de sobreviver, alimentar-se ou reproduzir-se.
  • Raridade em tubarões: distúrbios de pigmentação são excepcionalmente raros em tubarões, com apenas 15 casos documentados em espécies de águas profundas.

Qual impacto da descoberta para biologia marinha?

O estudo, publicado em 16 de outubro no Journal of Fish Biology, é a primeira descrição de leucismo em tubarões-ásperos-angulares e o primeiro registro de um distúrbio de pigmentação na família Oxynotidae.

Pesquisas anteriores mostraram que a falta de pigmentação pode tornar os tubarões mais visíveis a predadores e presas, diminuindo suas chances de sobrevivência. No entanto, essa descoberta e outros casos de tubarões saudáveis com distúrbios de pigmentação indicam que essas anomalias não afetam significativamente sua habilidade de se alimentar, evitar predadores ou reproduzir.

A pesquisa aponta que o leucismo é predominantemente genético, mas ressalta que fatores ambientais como poluentes e temperaturas elevadas, além de endogamia em populações isoladas, também podem influenciar essas anomalias.

Esta descoberta destaca não apenas a singularidade do tubarão, mas também a necessidade de pesquisa contínua sobre anomalias genéticas em espécies marinhas, especialmente as que habitam grandes profundidades.





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