Entenda o porquê a Irlanda tem papel-chave para as conexões globais

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A Irlanda está no centro de um debate sobre a segurança de cabos submarinos, essenciais para o funcionamento da internet e a estabilidade econômica global.
Esses cabos, responsáveis por trilhões de dólares em transações financeiras diárias e por serviços essenciais como comunicações militares, governamentais e comerciais, estão cada vez mais sob ameaça.
Incidentes recentes no Báltico, onde sabotagens cortaram cabos entre países como Finlândia e Estônia, acenderam o alerta sobre a proteção dessa infraestrutura crítica.
Relevância estratégica da Irlanda
Com cerca de 75% dos cabos transatlânticos passando por ou próximo à Irlanda, o país tem uma posição estratégica vital para o fluxo de dados entre Europa e América.
No entanto, a falta de recursos de defesa adequados, incluindo a ausência de submarinos e uma das menores forças armadas da Europa, evidencia a vulnerabilidade do país.
Atualmente, a Irlanda dispõe de apenas um ou dois navios para patrulhar sua vasta zona econômica exclusiva, um cenário preocupante diante do aumento das tensões geopolíticas.
Micheál Martin, novo primeiro-ministro da Irlanda, reconheceu os riscos e defendeu a elaboração de uma estratégia de segurança marítima, além de maior cooperação internacional com países atlânticos como Reino Unido, França e Espanha.
Impactos no Brasil e na Rede Global
A vulnerabilidade dos cabos submarinos na Irlanda também tem implicações para o Brasil, que depende de rotas alternativas de conexão para manter a estabilidade do tráfego de dados.
Como 75% dos cabos transatlânticos passam próximos à Irlanda, qualquer interrupção nesse ponto crítico pode impactar serviços essenciais, como comunicações governamentais e streaming, no Brasil e em outros países.
O Brasil tem uma das mais extensas redes de cabos submarinos da América Latina, fundamentais para garantir a conexão do país com o restante do mundo. Esses cabos transportam a maior parte do tráfego de dados internacional, incluindo serviços de internet, comunicações empresariais e governamentais, além de suportar setores estratégicos como o financeiro e o de telecomunicações.
Principais cabos submarinos no Brasil
Os cabos submarinos que conectam o Brasil ao mundo são uma peça-chave na infraestrutura digital do país. Atualmente, destacam-se alguns sistemas:
- EllaLink: Liga o Brasil (Fortaleza) à Europa (Portugal), sendo um dos mais recentes projetos de infraestrutura, lançado em 2021. É especialmente projetado para reduzir a latência entre os continentes, beneficiando áreas como pesquisa científica, tecnologia e negócios.
- Américas II: Interliga o Brasil (Rio de Janeiro e Fortaleza) a vários países das Américas, incluindo Estados Unidos, Venezuela, e Guiana Francesa.
- GlobeNet: Conecta o Brasil aos Estados Unidos e a outros países da América Latina, como Venezuela e Colômbia.
- Seabras-1: Ligação direta entre São Paulo e Nova York, proporcionando uma rota de alta capacidade para tráfego de dados.
- BRUSA: Um cabo da empresa Telxius que conecta o Brasil diretamente aos Estados Unidos, melhorando significativamente a conectividade com a América do Norte.
Vulnerabilidades e desafios
Embora o Brasil tenha uma posição estratégica em termos de conectividade, ainda enfrenta desafios relacionados à segurança e manutenção de sua infraestrutura submarina:
- Dependência externa: A maior parte da infraestrutura é operada por empresas estrangeiras, o que levanta questões sobre soberania digital e segurança dos dados.
- Riscos de sabotagem e desastres naturais: Assim como em outros países, cabos submarinos brasileiros estão sujeitos a possíveis ataques cibernéticos, sabotagem física ou danos causados por eventos naturais, como terremotos ou atividades pesqueiras.
- Manutenção e resiliência: Garantir que a rede seja resiliente a interrupções requer investimentos em redundância e rotas alternativas de cabos.
Projetos em desenvolvimento
Nos últimos anos, o Brasil tem investido em novos cabos submarinos e iniciativas para aumentar sua conectividade global. Um dos projetos mais aguardados é o Malbec, que conectará o Brasil à Argentina e estenderá as rotas para os Estados Unidos, fortalecendo a integração sul-americana.
Além disso, há discussões sobre a criação de cabos regionais que interliguem países da América do Sul, reduzindo a dependência de rotas internacionais.
Os cabos submarinos são essenciais para o desenvolvimento econômico do Brasil, pois suportam setores-chave como tecnologia, comércio eletrônico, telecomunicações e serviços financeiros. A conectividade de alta qualidade também é um fator determinante para atrair investimentos estrangeiros e integrar o país ao ecossistema digital global.
Com o aumento da digitalização global, o Brasil precisa garantir que sua infraestrutura de cabos seja segura, resiliente e eficiente. Além disso, políticas de soberania digital e parcerias internacionais serão cruciais para proteger os dados nacionais e assegurar que o país esteja preparado para lidar com desafios geopolíticos e tecnológicos emergentes.
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