Itamar Vieira Jr: celular é grande inimigo de quem escreve – 26/04/2025 – Ilustrada

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O escritor Itamar Vieira Junior, autor de romances de sucesso como “Torto Arado” e “Salvar o Fogo”, acrescentou mais um item à já longa de lista de críticas à onipresença dos smartphones.
“Celular é o grande inimigo de quem escreve”, afirmou em live da CasaFolha, realizada no dia 15 de abril e agora disponível na plataforma de streaming, no site casafolhasp.com.br.
“No momento da escrita, todas as distrações precisam ser eliminadas. Na hora de escrever, é você e a palavra, é você e a folha em branco, é você e o texto. É assim que se escreve, sem distrações. Não há meio-termo”, disse o autor, cujos livros já passaram de 1 milhão de exemplares vendidos.
As inúmeras demandas presentes nos celulares, muitas das quais com exigência de ação imediata, interrompem o processo criativo e, no caso de Itamar, contrariam uma de suas principais razões para escrever.
“Escrevo para refletir, para pensar sobre o mundo à minha volta, sobre as questões que me incomodam”, explicou na live. “A escrita me permite refletir de uma maneira mais lenta, mais ampla. A escrita demanda tempo.”
Durante duas horas, Itamar respondeu a perguntas de assinantes da CasaFolha. Ele aprofundou temas tratados em seu curso de escrita criativa, que estreou no dia 23 de março, e trouxe novas reflexões sobre tópicos variados.
Vencedor de diversos prêmios literários, como o Oceanos, o Leya e o Jabuti, Itamar discutiu temas como criação de personagens, verossimilhança das situações, descrições de pessoas e lugares, ritmo da narrativa, estrutura da história, processo criativo, impacto da inteligência artificial na literatura e importância do acaso na escrita.
“O acaso faz parte da vida, então é preciso que as histórias também contem com certa dose de imprevisibilidade, para que a gente transmita isso de uma forma verdadeira”, disse.
O encontro ao vivo foi gravado, e seu conteúdo pode ser acessado dentro da plataforma, que já soma 20 cursos exclusivos. Entre eles estão o do cineasta José Padilha, que fala sobre a arte de contar histórias, o do ex-ministro Pedro Malan, que explica como analisar a economia, e, a partir do dia 29, o de Helena Rizzo, que ensina técnicas culinárias.
Todas as aulas podem ser acompanhadas por membros da CasaFolha. É possível se vincular à plataforma pelo endereço casafolhasp.com.br/assine. A assinatura, com desconto promocional de 67%, sai por R$ 19,90 por mês no plano anual (R$ 59,90 sem a promoção) e inclui acesso ilimitado a todas as notícias da Folha no site e no aplicativo para celular e tablet.
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No curso de Itamar, um dos tópicos que ele aborda é a importância da leitura para quem gosta de escrever. Na aula ao vivo, ele desenvolveu o raciocínio, dizendo que, na sua visão, é preciso ler obras de diferentes épocas e estilos variados.
“Além de contar uma boa história, importa como essa história será contada. E você só vai ter contato com essas maneiras de narrar, só vai encontrar sua voz se tiver repertório de leitura, se tiver tido contato com inúmeras maneiras de narrar.”
Provocado a mencionar três livros indispensáveis, ele citou “Amada”, de Toni Morrison (“mudou minha maneira de ver a escrita”), “Dom Casmurro”, de Machado de Assis (“se eu pudesse, revisitava todos os anos”), e “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus (“um livro que eu levo para a vida”).
Em outra questão dos assinantes da CasaFolha, ele falou sobre seu legado na literatura. Ele diz que o desejo de contar histórias é humano e que as pessoas escrevem para comunicar algo.
“Se eu escrevesse e existisse apenas um leitor, e se essa história fizesse diferença na vida dessa pessoa”, disse, “se eu atingir esse objetivo, já terá valido a pena”.
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