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Dólar tem queda forte e fecha a R$ 5,06, com mercado de trabalho mais fraco nos EUA; Ibovespa sobe


A moeda norte-americana caiu 0,85%, cotada a R$ 5,0697. Já o principal índice acionário da bolsa de valores encerrou com um avanço de 1,09%, aos 128.509 pontos. Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar fechou em forte baixa nesta sexta-feira (3), com investidores repercutindo a divulgação de novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, encerrou em alta.
O país criou 175 mil novas vagas de emprego em abril, contra uma expectativa de 240 mil e abaixo dos 315 mil registrados no mês anterior.
Esses números são observados com atenção porque podem ser determinantes para os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), em relação aos cenários de juros do país.
Há expectativa que a instituição comece a cortar as taxas no segundo semestre, a depender do rumo da inflação e da atividade econômica.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Ao final da sessão, o dólar caiu 0,85%, cotado a R$ 5,0697. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,0449. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,91% na semana;
recuo de 2,37% no mês;
ganho de 4,48% no ano.
No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em baixa de 1,53%, vendida a R$ 5,1134.

Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou com um avanço de 1,09%, aos 128.509 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,57% na semana;
avanço de 2,05% no mês;
perdas de 4,23% no ano.
Na véspera, o índice teve uma alta de 0,95%, aos 127.122 pontos.
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Nesta sexta-feira, o mercado repercutiu a divulgação do relatório de empregos não-agrícolas dos Estados Unidos, conhecido como payroll. O indicador, que é uma das principais medidas avaliadas pelo Fed em suas decisões de política monetária, veio abaixo das expectativas do mercado.
Segundo o Departamento do Trabalho, foram abertas 175 mil vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 243 mil vagas.
Já os dados de março foram revisados para cima, mostrando abertura de 315 mil empregos, em vez de 303 mil.
Assim, a taxa de desemprego nos EUA subiu de 3,8% para 3,9%, ainda abaixo de 4% pelo 27º mês consecutivo.
Os salários aumentaram 3,9% nos 12 meses até abril, após uma alta de 4,1% em março. O crescimento dos salários em uma faixa de 3% a 3,5% é considerado consistente com a meta de inflação de 2% do Fed.
Dados de emprego são observados com atenção na maior economia do mundo porque trazem um panorama de qual tem sido o efeito dos juros altos no país sobre o mercado de trabalho.
Números menores do que o esperado trazem a perspectiva de que o ciclo de juros altos nos Estados Unidos tem tido o efeito desejado sobre a economia. Isso porque, com menos empregos, menos dinheiro na mão da população e, também, menos pressão sobre a inflação.
Atualmente, as taxas americanas estão entre 5,25% e 5,50% ao ano, no maior patamar em 20 anos, após o Fed optar por mantê-las inalteradas em sua última reunião, na quarta-feira (1°). A instituição, em seu comunicado, enfatizou a cautela com a inflação.
“Nos últimos meses, não houve novos progressos em direção ao objetivo de inflação de 2%”, informou o colegiado, reforçando que os indicadores recentes da economia norte-americana continuaram se expandindo “em um ritmo sólido”.
A inflação anual nos Estados Unidos está estagnada na casa dos 3%, após disparar ao longo de 2022 e atingir um nível recorde de 9%. Apesar da queda, o indicador de preços não voltou para dentro da meta do Fed, que é de 2% ao ano.
Portanto, a instituição continua mandando sinais para o mercado de que os juros na maior economia do mundo podem demorar mais para cair. De acordo com a ferramenta FedWatch, que reúne as projeções do mercado para as taxas de juros nos Estados Unidos, um ciclo de corte nas taxas só deve começar em setembro — ou até depois disso.
No entanto, o Fed sinalizou, também, que não planeja novos aumentos para os juros, o que é benéfico para o mercado.
Juros mais altos nos EUA acabam levando investimentos para dentro da maior economia do mundo, o que retira dinheiro de outros mercados, principalmente os emergentes, caso do Brasil. Do contrário, se os juros por lá recuam, a tendência é que o impacto seja positivo por aqui.
Com a decisão do Fed no radar, investidores seguem agora na expectativa pela próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece em 8 de maio.
Apesar de o comitê ter sinalizado, em sua última reunião, que faria mais um corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) na próxima quarta, analistas indicam que essa promessa poderia ser descumprida. O mais provável, no entanto, é que esse volume de corte seja mantido.
Entenda melhor na matéria abaixo:
Já no cenário doméstico, as atenções continuaram voltadas para a melhora na nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s, também anunciada na última quarta-feira. Foi a primeira vez em seis anos que a agência melhorou a perspectiva do país.
A nota de crédito é usada pelos investidores para avaliar em quais países ou empresas o investimento é mais seguro. Se a nota é mais baixa, o risco é maior – o que, em economia, significa cobrar juros mais altos.
“Outro destaque da Moody’s foi a [nota divulgada sobre a] Petrobras, com a agência alertando sobre possíveis interferências do governo que podem representar riscos de crédito para a empresa, como a utilização da estatal para cobrir o déficit fiscal ou o controle de preços para conter a inflação”, afirmou o diretor de câmbio para norte e nordeste da B&T Câmbio, Diego Costa.
Na agenda de indicadores, destaque para os dados de produção industrial, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador subiu 0,9% em março em relação ao mês anterior, ficando praticamente em linha com a estimativa de analistas, de 1%.
Com isso, o setor encerrou os primeiros três meses do ano com expansão de 0,3% da produção em relação aos três meses anteriores, marcando o quarto trimestre seguido no azul.

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